terça-feira, janeiro 31, 2006
Outro paradoxo
Uma presidencial
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Promoção da homossexualidade e outros fundamentalismos
Diálogos Doutrinários (em Memória de Rodrigo Emílio)
— Sou Tradicionalista, do ponto-de-vista Histórico.
— Afinal, não estás agarrado à cultura da tourada e do fado...
— Sou Vanguardista, do ponto-de-vista Cultural.
— Como é que consegues ser desprendido das coisas materiais?
— Sou Aristocrático, do ponto-de-vista Espiritual.
— É estranho... Tens referências de que eu gosto...
— Sou Cosmopolita, do ponto-de-vista Estético.
— Mas tu não és pelos ricos e contra os pobres?
— Sou Justicialista, do ponto-de-vista Social.
— Eu pensava que tu eras conservador...
— Sou Revolucionário, do ponto-de-vista Ontológico.
Olha como ele sabe!...
Príncipe Bernhard, fundador do Clube Bilderberg
domingo, janeiro 29, 2006
Batem leve, levemente...
Da Música
Falta de memória
Pelo ralo abaixo
sábado, janeiro 28, 2006
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Cultura de serviço público
Eficiência autárquica (2)
Deste modo, os munícipes, que suportam localmente com os seus impostos uma parte acrescida das despesas, terão uma maior apetência para analisar como os seus dinheiros foram gastos. Estarão, portanto, mais aptos para sancionar negativamente com o seu voto a gestão camarária, quando sejam detectadas ineficiências ou desvios da política municipal.
Teria, também, todo o interesse, numa nova concepção de gestão municipal, que as grandes prioridades estratégicas da política autárquica fossem referendadas localmente. A adopção de referendos sistemáticos sobre as principais opções das autarquias permititia aos autarcas desenvolver uma gestão mais adaptada às expectativas das respectivas comunidades.
A concretização destas medidas, ao proporcionar uma maior eficiência e transparência da gestão municipal, possibilitaria aos cidadãos escolher a autarquia mais capaz de satisfazer as suas necessidades e ambições. Estariam, deste modo, criadas as condições para o desenvolvimento de uma saudável concorrência entre as diferentes autarquias, com o correspondente acréscimo de eficiência que daí necessariamente resultaria.
As artes a que temos direito
Há cinquenta anos. Pois é. Ainda no Estado Novo, a criação artística foi entregue, numa bandeja, à esquerda (comunistas, católicos progressistas e outros artistas). Pensaram — alguns brilhantes estrategas pré-marcelistas — que, assim, a esquerda não conspiraria politicamente e se manteria entretida. O resultado viu-se. Entrou-nos pela casa dentro...!
Coisa triste esta de entender as artes como algo de acessório sem perceber que as revoluções políticas são sempre precedidas de revoluções culturais. A esquerda sabe-o e pratica-o.
Por outro lado, a direita-torta a que temos direito, passou a dedicar-se, nestas coisas das artes, às antiguidades. Conservadora que é, faz conservação e restauro. Restauro de trecos, entenda-se, que a Restauração Nacional dá muito trabalho!
O resultado prático desta situação continua: as novas gerações são formadas esteticamente pelos símbolos produzidos pela esquerda — da Arquitectura ao Cinema, da Pintura ao Teatro —, e os meninos e meninas da "não-esquerda" entretêm-se nos salões de velharias...
Eficiência autárquica (1)
Estudos efectuados nos Estados Unidos da América consideram que uma gestão autárquica eficiente exige circunscrições municipais com populações reduzidas, situadas entre os 30 e os 50 mil habitantes.
O grau de eficiência da gestão autárquica vai-se diluindo à medida que a dimensão populacional vai aumentando. Grandes cidades americanas têm vindo a ser organizadas de acordo com este princípio. É o caso de São Francisco, cuja área metropolitana abrange uma série de municípios de reduzida dimensão. Santiago do Chile está também subdividida numa série de muncípios, sendo também neste domínio um caso paradigmático.
Em Portugal, muitas das autarquias têm uma população superior aos níveis citados, em particular as que se situam nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Trata-se de casos que, pelo seu gigantismo e ineficiência, deveriam ser subdivididos em diferentes circunscrições municipais, à semelhança do que se verifica noutras grandes cidades espalhadas pelo mundo.
Com efeito, é imperioso efectuar uma reorganização administrativa do País, com especial incidência nas áreas metropolitanas, de modo a obterem-se circunscrições municipais com dimensões populacionais mais adequadas.
Outra (grande) frase do dia
Ted Nugent, músico norte-americano
quinta-feira, janeiro 26, 2006
A (grande) frase do dia
Alan Ladd, «Shane»
Legítima defesa
O multiculturalismo e a imigração maciça geraram inevitavelmente conflitos sociais e trouxeram novas formas de criminalidade. Assistimos, paralelamente, à descredibilização e à falta de autoridade e capacidade das forças de segurança, controladas por um poder político cada vez mais toldado pelos ditames do politicamente correcto. Neste caso concreto, as cidades do Norte de Itália têm sido palco de um crescente número de assaltos perpetrados por imigrantes ilegais, na sua maioria albaneses, e por isso esta lei foi proposta pela Lega Nord.
Ainda bem para os italianos que, desta forma, perante a impossibilidade de actuação da polícia, se podem agora defender. Pior para países como o nosso, onde nem nos defendem nem nos deixam defender.
Diz-me como falas...
É ouvi-la, toda contente — reconfortada pela dose q. b. de politicamente correcto —, dizer: "Ponte 25 de Abril"; "Guerra Colonial"; "Ditadura de Salazar"; "Fascista" e "Neo-Nazi" (a torto e a direito); e, por aí fora...
Pela boca morre o peixe e assassina-se uma Nação.
É sinistro!
Platina e chumbo
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Afinidades
Desvitalizado
Os novíssimos bárbaros
terça-feira, janeiro 24, 2006
Essa faz-me lembrar aquela
"Os homens dividem-se na vida prática, em três categorias - escrevia Pessoa num dos textos - os que nasceram para mandar, os que nasceram para obedecer e os que não nasceram nem para uma coisa nem para outra. Estes últimos julgam sempre que nasceram para mandar; julgam-no mesmo mais frequentemente que os que efectivamente nasceram para o mando."
Da função pública
E, já agora, algumas das compras culturais...
DVD: «Le Doulos», «Le Deuxiéme Souffle» (Jean-Pierre Melville), «Pickpocket» (Robert Bresson), «Le Bossu» (André Hunebelle), «Le Crabe-Tambour», «L'Honneur d'un Capitaine» (Pierre Schoendoerffer).
Rápidas impressões de uma breve viagem a Paris (4)
Rápidas impressões de uma breve viagem a Paris (3)
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Rápidas impressões de uma breve viagem a Paris (2)
Rápidas impressões de uma breve viagem a Paris
- «Jihad pelo fogo»
- «Paris será um imenso subúrbio»
- «Paris vai arder»
- «Paris em chamas»
- «Biko, Biko»
- «Biko connosco»
- «Sarkozy espanca-nos, vamos 'partir' uns brancos»
- «Ódio»
Uma nova Segurança Social (2)
Em paralelo com o desconto para o sistema de pensões de reforma, os trabalhadores efectuarão contribuições mensais destinadas a cobrir os riscos associados à morte prematura, à incapacidade física e ao desemprego, devendo a oobertura destes riscos ser efectuada através de apólices de seguros de vida.
A transição do antigo para o novo sistema, coloca alguns problemas. Haverá, assim, que calcular o valor dos direitos adquiridos quando os trabalhadores transitam do antigo para o novo sistema. O Estado poderá liquidar esses direitos através de obrigações de cupão nulo, emitidas a taxas de juro de mercado, negociáveis em mercado secundário e reeembolsáveis na idade da reforma. Uma outra forma que o Estado tem de assegurar os custos da transição, será a de manter, durante um período intercalar, uma fracção do diferencial existente entre as contribuições pagas pelos traballhadores no antigo e no novo sistema. Convirá referir a este propósito que no novo sistema de capitalização, as contribuições a liquidar pelos trabalhadore serão inferiores às suportadas num regime distributivo, como o actualmente adoptado no nosso país.
Para além dos aspectos focados o novo sistema tem uma vantagem decisiva. As verbas depositadas nas contas de poupanaça serão aplicadas pelas instituições financeiras no mercado de capitais. Convirá referir a este propósito qua a taxa de rentabidade real de longo prazo das acções de grandes empresas situa-se históricamente nos 7-7.5, enquanto a rentabilidade real das obrigações de empresas privadas se situa à volta dos 3.5. Neste contexto as contas de poupança poderão ter facilmente rentabilidades reais superiores a 5%, incomparavelmente superiores às que o Estado tem vindo a proporcionar no contexto do actual sistema.
O novo sistema permitirá ainda disponibilizar recursos imensos para serem aplicados no mercado de capitais, o que permitirá não só a dinamização deste mercado, mas também um acréscimo significativo da poupança interna e dos recursos necssários ao investimento e à modernização da nossa estrututa produtiva.
A este propósito será de referir que Martin Feldstein, ilustre economista americano, concluiu que os sistemas de segurança social redistributivos conduzem a baixos ritmos de formação de poupança, dado que as pessoas não se sentem estimuladas a fazê-lo. Para os Estados Unidos Feldstein estima que a quebra de poupança resultante da adopção de sistemas de segurança social redistributivos é de 10% ao ano e que a quebra do ritmo de crescimento do produto é de 1% ao ano.
Uma nova Segurança Social (1)
O novo sistema deverá, ainda, ser o mais flexível possível, por forma a corresponder às múltiplas exigências do sistema global, em particular as que resultam da aceleração do ritmo de mudança de emprego ou de uma maior flexibilidade em relação à idade de reforma.
O sistema de seguurança social existente em Portugal não satisfaz estes pressupostos, uma vez que se fundamenta numa concepção de segurança social estatizada e com uma forte componente redistributiva.
As pensões de reforma não são a consequência directa e exclusiva do esforço desenvolvido por cada um dos cidadãos, mas antes de transferências efectuadas pelo Estado, dos mais novos para os mais velhos, tendo por base pressupostos de solidariedade intergeracional.
Por outro lado, o aumento da esperança de vida e a diminuição da natalidade tornam insustentável a manutenção a prazo do actual sistema, que caminha inevitavelmente para uma situação de ruptura.
Acresce, ainda, que a taxa de rentabilidade das contribuições pagas ao Estado e por este liquidada sob a forma de pensões será certamente muito mais baixa do que aquela que o mercado poderia proporcionar.
Todos estes factos aconselham à criação de um novo sistema de segurança social e de reformas no nosso país.
Neste sistema, as pensões de reforma serão geradas pelos trabalhadores e pelos respectivos rendimentos. Uma percentagem mínima destes rendimentos deverá ser mensalmente depositada e capitalizada numa conta de poupança-reforma, aberta numa instituição financeira.
A percentagem contributiva a suportar integralmente pelos trabalhadores será definida tendo em conta, designadamente a idade prevista para a reforma, a rentabilidade média estimada para os fundos depositados e a relação existente entre o valor da pensão de reforma e o das últimas remunerações obtidas.
Os trabalhadores poderão reforçar as suas contas com contribuições superiores ao mínimo exigido, sendo-lhes permitida a respectiva dedução para efeitos fiscais até determinado montante.
Neste sistema, os trabalhadores poderão antecipar a idade de reforma, quando estiverem preenchidos determinados condicionalismos, ou interromper o trabalho durante determinado período de tempo, e depois reiniciá-lo, sem que haja prejuízo para o funcionamento do sistema.
Para os trabalhadores que à data da reforma não estejam em condições de obter a pensão mínima, o Estado deverá assegurar a cobertura do diferencial existente.
(continua)
Pura Doutrina II
ALFREDO PIMENTA in «Três Verdades Vencidas — Deus, Pátria, Rei»
domingo, janeiro 22, 2006
Quentes e boas
Pura Doutrina
ANTÓNIO SARDINHA in «Ao Princípio era o Verbo»
Diálogo eleitoral
Pai: - É algo muito menos divertido que um golpe de estado, mas mantém as pessoas contentes...
Quem te avisa teu amigo é
JOSÉ DE ALMADA-NEGREIROS in «Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX»
sábado, janeiro 21, 2006
As coisas sem causas
Muito finos, mas ignorantes.
Muito inteligentes, mas tolos.
Classe média, "cultura" dos media.
Gente mediática, meia-tijela.
Conversadores, como papagaios.
Calados, e desastrados.
Gente simpática, mas pouco séria.
Aperto-de-mão, olhar no chão.
Pobretes, mas alegretes.
Dia de reflexão (sem Vénus)
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Três apontamentos de café
Têm um ar apressado; e, no entanto, nada têm para fazer.
Não sei o que mais me enjôa: se a esquerda mal-cheirosa ou a direita mal-perfumada.
O “morto”
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Artistas portugueses
Para lamentar
Ambiente em mercado livre (2)
Veja-se, por exemplo, o que se tem passado nos últimos anos ao nível dos incêndios verificados em parque naturais, por falta da necessária limpeza das matas.
Dados os manifestos resultados negativos gerados pelos políticas ambientais intervencionistas, um número crescente de especialistas nestas matérias tem vindo a rejeitar o modelo das falhas de mercado , orientado-se para a adopção de políticas de ambiente articuladas com o mercado, baseadas nos direitos de propriedade, na sua livre troca e na aplicação das regras normais de direito.
Enquanto os ambientalistas intervencionistas pendem para a proibição e para a produção de regulamentos como forma privilegiada de solucionar os problemas ambientais, os ambientalistas de mercado pretendem criar soluções institucionais de feição privada.
Nesta lógica, o modelo aplicável à gestão dos parques naturais nos Estados Unidos e no Canadá mudou de forma significativa nos últimos anos. Os parques naturais deverão procurar atingir a necessária autonomia financeira, por forma a que se possam libertar progressivamente da tutela do Estado. A prossecução deste objectivo passa pela dinamização das múltiplas actividades dos parques e pela cobrança de preços pelos serviços prestados. Muitas destas actividades poderão ser desenvolvidas em parceria com entidades privadas.
As políticas ambientais no nosso País deveriam, também, adaptar-se aos novos tempos e ser mais amigas do mercado. Para começar, a política de auto-sustentação prevista para os parques naturais americanos e canadianos deveria ser rapidamente aplicada em Portugal, por forma a que os nossos parques possam ultrapassar a humilde condição em que têm vivido.
Ambiente em mercado livre (1)
Os ambientalistas convencionais advogam que o mercado se revela incapaz de solucionar de uma forma eficaz os problemas do ambiente, propondo a intervenção do Estado como a forma mais adequada para suprir os problemas ambientais advenientes das falhas do mercado.
Tendo por base a tese das falhas do mercado, os intervencionistas ambientais construíram um verdadeiro sistema de direcção central ambientalista. A centralização e a colectivização conduziram no passado a sistemas pesadíssimos e ineficientes que caíram vergados ao seu próprio peso. O mesmo se está a passar com os sistemas ambientalistas centrados na intervenção e no Estado.
Os maus resultados das políticas ambientais intervencionistas estão à vista e demonstram que o Estado é um péssimo gestor dos recursos naturais e ambientais.
Os exemplos negativos resultantes das más políticas ambientais desenvolvidas pelo Estado são detectáveis nos mais variados países onde estas têm vindo a ser aplicadas. Os Estados Unidos e o Canadá, percursores das políticas ambientais, desenvolveram desde o fim do século XIX uma política de criação sistemática de parques naturais centrada na propriedade pública, bem como num modelo de gestão e controlo efectuado pelo Estado.
Os resultados deste modelo de gestão são considerados negativos, já que a sujeição sistemática da gestão dos parques à inconsistência das decisões dos gestores públicos e à insuficiência dos recursos financeiros atribuídos pelo Estado, lhes retirou qualquer possibilidade de realizarem os investimentos necessários à produção de políticas ambientais eficientes.
(continua)
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Identidade
com um silêncio de cobardia,
e ardendo em chamas chamou vitória
ao medo e à morte daquele dia;
A esse eu quero negar-lhe a mão,
negar-lhe o sangue da minha voz
que foi ferida pela traição
e teve o nome de todos nós.
E o que diz Pátria, sem ter vergonha
e faz a guerra pela Verdade,
que ama o Futuro, constrói e sonha
Pão e Poesia para a Cidade;
A esse eu quero chamar irmão,
sentir-lhe o ombro junto do meu,
ir a caminho de um coração
que foi de todos e se perdeu.
ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
terça-feira, janeiro 17, 2006
Coisas do demo
Logo hoje, no dia em que Walter Ventura refere — no seu O Diabo a Sete — este «Jantar das Quartas», recém aparecido na "Rede", mas que já alimenta o espírito de muito boa gente.
(Vou ali, continuar a ver A Filha do Duce, e já volto.)
No cinema
Planeamento urbano flexível (2)
A utilização mais global dos espaços urbanos resulta de acordos voluntariamente celebrados entre os referidos condomínios. Esta orientação urbanística só é susceptível de ser aplicada em novas zonas de desenvolvimento, já que se revela impossivel elaborar e aplicar regulamentos em zonas antigas.
Uma outra metodologia, utilizada em algumas cidades americanas, é a do planeamento flexível (performance zoning), que passa pela definição de um conjunto de parâmetros objectivos (performance standards). Estes parâmetros visam preservar aspectos fundamentais da vida urbana, como sejam o baixo nível de congestionamento de tráfego, a protecção do ambiente, a preservação da privacidade. A sua definição é feita de uma forma compreensiva, por forma a que diversas soluções de construção sejam possíveis.
A apreciação dos projectos urbanísticos é feita pelas autoridades tendo exclusivamente em conta os referidos parâmetros, conferindo ao processo de aprovação um sigificativo grau de automatismo, de transparência e de rapidez.
Este sistema prevê a criação de um mercado onde se transacionam os direitos resultantes dos parâmetros previamente definidos. Por exemplo, a fixação de um limite superior para a poluição sonora faculta aos proprietários abrangidos o direito a serem protegidos de níveis de poluição sonora de valor superior ao definido..
Netes termos, um proprietário que pretenda desenvolver um projecto com um nível de poluição sonora superior ao parametrizado, poderá comprar os correspodentes direitos aos vizinhos, sem que a poluição sonora global do empreendimento seja aumentada.
Um planeamento urbanístico flexível e adaptado ao mercado será certamente a via a seguir nas novas orientações urbanísticas. A nossa legislação deveria ser desregulamentada, por forma a possibilitar às autarquias a adopção de novas metodologias de urbanização, que poderão ir desde a liberalização intregal até ao planeamento flexível.
Planeamento urbano flexível (1)
As políticas de planeamento urbano centralizado e dirigista, que têm vindo a ser adoptadas, são as principais responsáveis pelo desenvolvimento despersonalizado e massificante, tão característico das nossas áreas metropolitanas.
Os condicionalismos impostos pelo planeamento limitam a oferta de solos urbanizáveis e conduzem a uma oferta imobiliária desajustada dos perfis de procura. Os complexos regimes legislativos, que orientam o nosso planeamento urbano, tornam os processos de aprovação dos empreendimentos morosos e permitem aos poderes públicos um grau de discricionaridade intolerável.
Estes factores determinam a ineficiência do mercado imobiliário, contribuindo para o aumento dos custos e dos preços de comercialização.
As opções urbanísticas adoptadas pelos poderes públicos, associadas aos significativos custos do imobiliário, fazem com que as pessoas vivam engaioladas em andares pequenos, situados em bairros onde a densidade de construção é excessiva e os índices de congestionamento de tráfego elevados.
Os poderes públicos são, em regra, maus administradores dos recursos disponíveis, pelo que seria preferível deixar funcionar o mercado imobiliário, libertando-o dos espartilhos regulamentares a que tem estado submetido nas últimas décadas. O mercado é mais inteligente que os políticos, os burocratas e que todos os urbanistas.
Uma das hipóteses a adoptar seria a de liberalizar completamente o desenvolvimento dos espaços urbanos.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Chamar os bois pelos nomes sem ter medo
Pat Buchanan, in «The American Conservative», Janeiro de 2006
Só para homens
Já repararam que não existem mulheres nestas três superiores formas de expressão?
Rifões
Sina lusitana
Portugal Maior
Ano Mozart
Primeiro adolescente: «Olha, uma revista sobre o Mozart...»
Segundo adolescente: «Quando é que ele viveu? Foi no século XIX, não foi?»
Primeiro adolescente: «Sei lá, pá! Foi há bué, no mundo antigo...»
Entre cervejas
Primeiro homem : «O Marx é que percebeu tudo, pá, tenho os livros dele todos lá em casa: a mais-valia, o índice de exploração, o capital industrial, o, o... foi o Marx, pois foi.»
Segundo homem: «E depois os tipos do dinheiro pegaram nisso tudo e viraram tudo contra os trabalhadores! Esses gajos, o Belmiro, o Amorim, e o outro, aquele do banco BCP... sabes quem é, não sabes?»
Primeiro homem: «E o Mário Soares, pá, o Mário Soares também está cheio dele!»
Segundo homem: «Obrigado!... O Bin Laden é que a sabe toda. O Bin Laden é que vai dar cabo desses filhos da puta todos!»
Primeiro homem: «O Bin Laden não é parvo nenhum! Filhos da puta! Vai rebentar com esta porcaria toda!»
Segundo homem: «Visto ontem o jogo? O Sporting não jogou um corno! Aquilo é só gastar dinheiro e nada!»
Primeiro homem: «E o Belenenses? E o Belenenses? Porra, aquilo é uma desgraça...»
Segundo homem: «Filhos da puta!...»
domingo, janeiro 15, 2006
Dúvidas eleiçoeiras
— Porque usam eles só quarenta palavras quando a Língua Portuguesa tem largas centenas?
— Qual é afinal o papel das mulheres, companheiras ou lá o que são?
— Tomarão eles banho todos os dias?
— Para quê tanto barulho se vão caber em meia página da História de Portugal de Veríssimo Serrão?
O melhor da campanha
Interlúdio Cinematográfico II
ROBERT BRESSON
Orientações
JOÃO BIGOTTE CHORÃO
sábado, janeiro 14, 2006
A caneta de Faizant parou de desenhar
Leituras de fim-de-semana III
Leituras de fim-de-semana I
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Viva a música
Mais Quadrantes Musicais muito meus
Chet Baker e Stan Getz;
Heróis do Mar e Joy Division;
Kraftwerk e Kruder & Dorfmeister.
Pergunta séria, resposta a sério
Julius Evola
R: - Antes de mais, não cair.
Camarada polícia
Ordem de mérito à estopada
Quadrantes Musicais muito meus
De Ramones a Pixies;
De Cocteau Twins a Portishead;
De José Campos e Sousa a Rodrigo Leão.
O «onze» ideal
Mandamentos do homem moderno para dar nas vistas e ter sucesso:
2. Usar gravatas tipo palhaço.
3. Dizer às amigas que tem amigos gay.
4. Andar em cursos de danças latinas.
5. Ir ao Brasil todos os anos.
6. Falar alto nos restaurantes in.
7. Ler a "Visão".
8. Ver exposições de arte contemporânea.
9. Andar de "jeep" na cidade.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Competitividade fiscal
Vem a propósito do nosso sistema fiscal, que está completamente desfasado da economia global em que nos inserimos, necessitando portanto de uma solução simples.
Para que a nossa economia seja competitiva ao nível do mercado global é imperioso que o nosso sistema fiscal seja, também, competitivo, o que exige uma redução gradual da elevada carga fiscal existente, bem como uma simplificação significativa da estrutura fiscal.
O ritmo de redução da carga fiscal e de simplificação da estrutura tributária dependem em primeiro lugar das reformas introduzidas no sector público, no sentido de reduzir o peso das despesas públicas.
Mas para além disso exige também o repensar de alguns impostos, com particular incidência nos impostos sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) e das pessoas colectivas (IRC).
O IRS e o IRS são, de um modo geral, impostos ineficientes e complexos.
O IRS contempla vários escalões de tributação, bem como um sistema de taxas progressivas e bastante elevadas. Acresce, ainda, que abrange toda uma série de deduções, isenções e benefícios, que distorcem não só o cálculo da matéria colectável, como dificultam a sua determinação. Para além disso, tributa alguns tipos de rendimento, previamente tributados em IRC, como sejam por exemplo os dividendos, conduzindo à dupla tributação.
O IRC tem também uma taxa relativamente elevada em termos internacionais, consagrando, ainda, diversas normas que introduzem significativas distorções no cálculo do lucro tributável. Possibilita, por exemplo, a dedução à matéria colectável dos encargos financeiros, mas não concede igual tratamento ao dividendos, estabelecendo portanto um tratamento fiscal preferencial à Dívida em detrimento do Capital. Por outro lado, os custos dos investimentos são imputados e deduzidos aos lucros através das regras de amortização e de depreciação. Trata-se de regras necessariamente subjectivas e administrativas, que distorcem o cálculo dos lucros anuais, interferindo na tomada das decisões de investimento das empresas.
Por forma a obviar a estas insuficiências, alguns países têm vindo a adoptar o um sistema de impostos sobre o rendimento designado por "Flat Tax" (Taxa Única).
O "Flat Tax" visa introduzir uma taxa única de tributação para todas as formas de rendimento. Os rendimentos continuam a ser tratados separadamente consoante sejam produzidos pelas empresas ou pelos indivíduos, mas a taxa aplicável a todos os rendimentos é uniforme.
Neste sistema, o imposto a liquidar pelas pessoas singulares resulta da aplicação da taxa única aos salários, ordenados e pensões, estando apenas contemplada uma dedução para as pessoas de baixos rendimentos, variável com a dimensão do agregado familiar. Todas as restantes deduções e isenções são eliminadas, o que leva ao alargamento da base tributária e à diminuição da taxa aplicável.
Quanto ao imposto a liquidar pelas empresas, o mesmo resultará da aplicação da taxa única ao valor das vendas deduzido dos fornecimentos terceiros, dos salários, ordenados e pensões, bem como do valor de compra das máquinas e equipamentos. A dedução imediata dos investimentos encoraja a formação de capital, eliminando a subjectividade e a burocracia induzidas pelas tabelas de amortização.
Acresce, ainda, que o sistema em análise, ao orientar-se para uma lógica de tributação dos rendimentos em função do cash-flow elimina as formas de dupla tributação de rendimentos, bem como os desincentivos à poupança e ao investimento daí advenientes.
Um sistema fiscal com uma taxa única reduzida para todos os níveis de rendimento será certamente um factor de simplicidade e de competitividade para o conjunto da economia, capaz de promover de forma significativa o trabalho, a poupança e a iniciativa empresarial.
Para acabar com a juventude
Cavaco Silva - Soraia Chaves, na condição de nunca, mas nunca, abrir a boca.
Manuel Alegre - O pequeno Saúl, infinitamente mais articulado e castiço que o Pacman.
Mário Soares - O Harry Potter, porque só com feitiçaria é que ele consegue ser eleito.
Anacleto Louçã - O Nélito dos «sketches» de Herman José.
Jerónimo de Sousa - Qualquer camarada que saiba quem é Elvis Presley.
Errar é humano...
E ainda mais jovens
A malta é jovens
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Sociologia
Jantarada
PLS
terça-feira, janeiro 10, 2006
Pequenas grandes satisfações
Ao José Alberto Xerez
FERNANDO PESSOA
Pausa Poética I
A sala do castelo é deserta e espelhada.
Tenho medo de Mim. Quem sou? De onde cheguei?...
Aqui, tudo já foi... Em sombra estilizada,
A cor morreu — e até o ar é uma ruína...
Vem de Outro tempo a luz que me ilumina —
Um som opaco me dilui em Rei...
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
Etiópia pop
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Reflexão de final de noite
Já que estou com a mão na massa...
Responda quem souber
A Cultura que veio do frio
Três cartazes
Mas não. Não chegou ninguém de Marte. E os que por cá mourejam, calejados de trinta anos, desfilam indiferentes sob os cartazes garridos. Um casal de namorados lambuza-se mesmo nas barbas de Alegre. Um velhote encanecido urina numa árvore aos pés de Soares. Uma mulher, dois sacos de supermercado numa mão, fala ao telemóvel com um amiga sob o olhar sorridente de Cavaco. Parece que o salpicão é mais barato no Pingo Doce. Nenhum dos candidatos conhece estas verdades elementares da existência.
Reciprocidade blogosférica
Do português
José de Almada-Negreiros
Ainda a Cultura
Fernando Pessoa
domingo, janeiro 08, 2006
Da Cultura 2
Da Cultura
Doutrina social
Encontrei um amigo, de muitas afinidades mas de berço diferente, que não via há muito tempo. O meu filho tratou-o por tio. Ele, espantou-se e disse: «Não me trates por tio, eu sou o Manel». Teve a seguinte ─ certeira e surpreendente ─ resposta duma criança de sete anos: «Trato-o por tio porque o meu pai o trata como irmão».
Voz de veludo
Níveis de pachorra excedidos
Pai da Pátria
Outra das minhas frases favoritas
Georges Courteline (Romancista, dramaturgo e humorista)
Uma das minhas frases favoritas
Hugh Hefner (Editor da «Playboy» e homem de grande gosto em mulheres e cinema)
sábado, janeiro 07, 2006
Tradição e Vanguarda
O salto em frente será sempre dado a partir da espiritualidade ─ e visceralidade ─ que atravessa o Corpo da Pátria.
Foi assim com o Futurismo. Da História para o Futuro, através da Estética.
Olhar e saber ver mais além. Criar novas formas para ideias renovadas e com essas mesmas formas novas recriar mais uma vez as ideias.
Imparável dinâmica.
Com alegria e ironia; mas, com realismo e pessimismo. Com força atlética; mas, com serenidade. Com modernidade; mas, tradicionalmente.
Beber no Passado para voar no Futuro. Sem medo.
O seguro de Vida da Pátria tem Mil Anos.
Novas imagens serão criadas para louvar os Eternos Valores. As palavras bailarão ao som das novas músicas. As belas raparigas redescobrirão o fascínio pelos Heróis do Passado e do Futuro!
A Torre, lá em cima, vigia. E o Castelo lembra-nos que a Nação se forjou na Reconquista e que os tempos são ─ de novo ─ de Refundação: Estética, Cultural, e etc e tal.
Cada um trata da sua menina. Cada macaco no seu galho. Cada soldado na sua trincheira.
Encham-se as canetas de tinta permanente ─ de sangue ─ e: escreva-se, escreva-se, escreva-se.
Pintores: Alerta! Façam-se novos retratos e novas paisagens do agora triste Portugal. Tendes a vista toldada, bem sei. Lavai os olhos; e, olhai de novo ─ e: pintai, pintai, pintai! Ai.
Novos exemplos de anti-semitismo
- Dizer que o último filme de Woody Allen é uma porcaria.
- Dizer que o novo livro de Philip Roth é intragável.
- Dizer que Jorge Sampaio foi um péssimo presidente.
Mais Ferro para o Jantar
De António Ferro para Eurico de Barros
A minha pátria é a língua portuguesa
Rapariga: «Óla ali um tásse vazio, mandó parar!»
Rapaz: «Olha o spide do man, não pára nada, hehe, vai maluco! Ganda maluco!»
Rapariga: «Da-se, Fábio! Qual é a tua, man? Pá, man! Já vou atrasada, da-se!»
Rapaz: «Da-se, Vânia, não viste o spide dele? Não viste? Esta gaja, da-se...»
Rapariga: «Os meus pais vão flipar, Fábio!... pá!»
Rapaz: «Oh... dasssse, Vânia!...»
Cultura geral
Primeira adolescente, brinquinho cravado na narina, olhando a capa de «O Código Da Vinci», de Dan Brown: «Olha este... já lestes?».
Segunda adolescente, umbigo à mostra: «Anhh... não. A minha mãe diz que é muita bom».
Primeira adolescente: «Sobre o que é a história?».
Segunda adolescente, apontando para a capa: «Parece que é sobre esta pintura que aparece nos livros».
Educação nacional
Primeiro adolescente: «Não sabes quem foi o Marcelo Caetano? Foi o último rei do fascismo e foi morto pela República».
Segundo adolescente: «Não, eles mataram foi o São Carlos!»
Em casa de ferreiro 2
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Em casa de ferreiro...
À mesa
Muitos anos depois, Papini viu num livro a imagem acabada do desconhecido desse dia. O coração sobressaltou-se-lhe de comovido pasmo: era o retrato de Nietzsche.
O futuro escritor da "História de Cristo" foi afagado um instante pela mão que escreveu "O Anticristo". Que o episódio sirva de concílio e mote à hora em que nove amigos de tendências várias se atrevem juntos à estrada da blogosfera.
Boa Noite
Então, o rumo de quem quer manter a mente lúcida — e o bom-gosto a salvo — é este: trocar ideias com gente que pensa pela sua própria cabeça — e que sabe estar à mesa e que aprecia um bom vinho e uma boa conversa —, mas que não se acomoda aos rasteiros confortos pequeno-burgueses, nem embarca em delírios optimistas, nem alinha em salamaleques.
Por mim, continuarei sempre a falar daquilo que gosto, à minha maneira: livros, quadros, filmes. Não necessariamente por esta ordem, ou outra qualquer. Fazê-lo aqui, entre Homens Cultos, é um prazer e uma honra. Além do mais... — Lava-me a alma!
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Ariel mata mais branco
- Em 1953, e após haver integrado, oito anos antes, a organização sionista de luta armada Haganah, Ariel Sharon tornou-se líder da Unidade 101, criada para combater os árabes, tendo comandado um operação sangrenta contra a aldeia de Kibya, na Cisjordânia, fazendo explodir 45 casas e matando 69 moradores. As acções terroristas dessa unidade incluíram tantas mortes de civis palestinianos, que foi emitida uma ordem proibindo matar mulheres e crianças.
- Em 1956, Sharon foi acusado pelos seus superiores de insubordinação e desonestidade na campanha do Canal do Suez. Segundo o historiador militar israelita Martin Van Cheveld, da Universidade Hebraica de Jerusalém, os soldados de Sharon avançaram «da forma mais incompetente possível, resultando tal acção numa batalha totalmente desnecessária, que se tornou a mais sangrenta da guerra». Na ocasião, os seus próprios comandados acusaram Sharon de oportunismo desumano, para tentar construir a sua reputação à custa deles.
- No início dos anos 70, e enquanto comandante militar no sul de Israel, Sharon reprimiu os palestinianos na faixa de Gaza, através de deportações em massa de famílias inteiras, chegando a abrir uma larga avenida no meio de um campo de refugiados, destruindo centenas de casas.
- Entre 1977 e 1981, Ariel Sharon foi Ministro da Agricultura no primeiro governo do Likud e organizou o primeiro grande movimento de colonização judaica nos territórios ocupados.
- Durante a invasão do Líbano em 1982, Sharon era Ministro da Defesa de Menachem Begin, e foi o responsável pelo massacre de mais de dois mil civis palestinianos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, localizados numa região de Beirute controlada por Israel e pelas milícias cristãs libanesas, que agiram durante anos a fio com procuração de Israel em acções assassinas coordenadas pelo exército judeu. O massacre de Sabra e Chatila provocou uma verdadeira comoção mundial, quando a comunidade internacional responsabilizou o governo de Israel pelos massacres. Foi instaurado um inquérito em Israel ao sucedido, que concluiu que Sharon tinha responsabilidade no massacre, sendo sugeriu que ele deixasse a pasta da Defesa.
- Sharon foi ainda ministro do Comércio e da Indústria entre 1984 e 1990, e supervisionou a gigantesca expansão de colónias judaicas no Ministério da Construção, entre 1991 e 1992.
- Ariel Sharon terá também estado na origem da proibição do escritor inglês John Le Carré de visitar Israel, após este ter escrito o livro «A Rapariga do Tambor», altamente crítico das acções clandestinas desenvolvidas pelos serviços secretos israelitas na Europa, visando a eliminação de militantes palestinianos. (Já agora, ver também o excelente filme homónimo de George Roy Hill que adapta o livro de Le Carré, com Diane Keaton, Yorgo Voyagis, Sami Frey e Klaus Kinski, nem por acaso «demolido» pela maioria da crítica americana à altura da sua estreia nos EUA, em 1984).
Aqui fica este material para a devida reflexão sobre este homem da paz (dos cemitérios) e da resolução (à mão armada) do problema do Médio Oriente.