Este hoje seria muito provavelmente proibido e os seus autores mantidos em prisão preventiva até serem julgados e condenados por racismo e xenofobia...
E flecte, e insiste à esquerda a RTP. Hoje, na 2, é um documentário sobre o Tarrafal e seus "sobreviventes", com evocações a cargo do inafundável Edmundo Pedro, emérito resistente antifascista e experimentado contrabandista do que estivesse à mão: whisky, tabaco, electrodomésticos, etc. Grande escola, o Tarrafal. Grande serviço público, a RTP.
Num trabalho primário e superficial sobre a Lei da Memória Histórica que passou há pedaço no Telejornal da RTP2, a inefável correspondente da RTP em Espanha, Rosa Veloso, não conseguiu referir-se ao período franquista senão como "fascismo", nem dizer o nome de Franco sem o anteceder da palavra "ditador". De um lado da fronteira ou do outro, é a "escola RTP" no seu melhor. Para a mesma senhora, parece ainda que só houve "vítimas" da Guerra Civil de Espanha do lado republicano. E quando toca a ouvir testemunhos de historiadores espanhóis, são sempre de nomes ligados ao PSOE. Pelo menos, nunca vi Pío Moa ou César Vidal no "serviço público" a dizerem de sua justiça. Que Rosa tão vermelha, hombre!
Sem comentários, alguns dos "versos" de um edificante teledisco de rap que anda a passar na SIC Radical: "Dá de fuga nigga/vem aí a rusga da PJ nigga/dá de fuga, baza/senão és preso, levado/deportado pra África, nigga/dá de fuga, baza, nigga". Como é fixe a SIC radical, não é, nigga?
A entrevista dada no sábado ao DN por Miguel Sousa Tavares, vulgo Tareco Júnior, por ocasião do seu novo "tijolo" impresso, é hilariante de jactância, de pesporrência e de vacuidade. O que sobra ao figurão em casca grossa (como o pai) falta-lhe em talento para a escrita (como a mãe). Mais uma "besta célere" (como dizia Alexandre O'Neill - e o que diria ele, se estivesse vivo, deste já algo enrugado poster boy da literatura de pitas excitadas e tias fanadas) com que não irei gastar nem vista nem tempo.
É o filme do momento no Brasil, o tema de todas as conversas, o maior sucesso de bilheteira na história do cinema brasileiro e já teve honras de capa e amplo dossier na revista Veja. Depois de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, Tropa de Elite, de José Padilha, crava o último e grosso prego no caixão do mito do "bandido romântico" ou "vítima da sociedade" tão querido à esquerda brasileira (e não só...), mostrando os delinquentes, e muito em especial os traficantes de droga, tais como eles são: cancros da sociedade. "Tropa de Elite, também vai pegar você!".
Dos jornais: "Joaquim Chissano ganha prémio de 5 milhões de dólares por 'excelência na governação' de Moçambique". Já a seguir, um prémio humanitário para Nino Vieira e um anti-corrupção para José Eduardo dos Santos.
Muito se ralaram os eleitores suíços com a histeria dos media europeus sobre a "campanha racista" e o "cartaz xenófobo" da UDC. O partido de Christophe Blocher teve 28,8 por cento dos votos nas legislativas, conquistando mais sete deputados. O rebanho mediático bale e a caravana da vontade popular passa. A Suíça é Europa a sério.
As coisas estão mesmo negras quando a única pessoa que aparece na televisão a falar contra o "Tratado", a panelinha Durão/Sócrates/partidos e a mãozorra de Bruxelas, é o Miguel Portas do BE.
Viram como a RTP funcionou às mil maravilhas como parte importantíssima do "aparelho ideológico de Estado" na propaganda às maravilhas do "Tratado" e às proezas negociais do presidente Durão, do PM Sócrates e seus subordinados? E há melhor e mais destacado símbolo desse funcionamento bem oleado do que o inenarrável delegado da RTP em Bruxelas, Esteves Martins? Mas as outras televisões também não se por portaram melhor. Só se vêem europeístas a debitar por tudo que é canal. Onde é que está o tão apregoado "contraditório"? Onde estão as vozes discordantes, dissidentes, opositoras? É incrível como os nossos media se tornaram acríticos, passivos, regurgitadores do discurso oficial, incapazes de explicar, esclarecer ou contestar seja o que for, de recusar a papinha doce pronta-a-servir que lhes chega de cima. A "Europa" vai tramar-nos, com a alegre cumplicidade governamental e partidária portuguesa, e o pensamento único quer, pode e manda na comunicação social.
Nem o facto de ser Prémio Nobel com uma descoberta verdadeiramente histórica, e de alegadamente existir uma coisa chamada liberdade de expressão, safou James Watson do tsunami politicamente correcto pelas suas afirmações sobre inteligência e raça (ainda se pode dizer a palavra?), e do suicídio profissional. Qual Nobel, qual carapuça. A partir de agora, Watson só será recordado pelas suas afirmações "racistas".
A tão importante Cimeira da UE só deu até agora abundante palha nos media, complicações no trânsito e incómodos para os lisboetas e visitantes de Lisboa.
De acordo com Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, há hoje mais pessoas em Portugal a pedir ajuda alimentar do que em anos anteriores. Por outro lado, e segundo números de 2005 divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística, há dois milhões de pobres em Portugal. Mas animem-se, porque num novo estudo europeu, Portugal surge em segundo lugar, só atrás da Suécia, como o país da União Europeia que melhor integra os seus imigrantes. Grande consolação, hein? Agora, convinha talvez alguém fazer um estudo sobre quantos desses imigrantes vêm direitinhos "integrar-se" nas fileiras da pobreza em Portugal.
Imaginemos que eu tenho uma dívida de algumas dezenas ou centenas de milhares de euros ao BCP, relativa, por exemplo, a um empréstimo para a compra de casa. Se eu for lá e pedir para ma perdoarem, como fizeram às dívidas do filho do patrão e de um senhor lá da casa, será que o fazem?
Aquele cônsul português em Bordéus, que no início da II Guerra Mundial vendia vistos a refugiados judeus mancomunado com dois agentes da PIDE, como revelou o professor José Hermano Saraiva nas suas memórias publicadas em fascículos no semanário Sol, vai agora ter uma peça em seu louvor, A Desobediência, em cena num teatro de Lisboa. E os agentes da PIDE, ninguém se lembra deles nem lhes louva a desobediência, que diabo?
Faleceu João Coito, figura ímpar do jornalismo português. Foi chefe de redacção do «DN», presidente do Sindicato dos Jornalistas e director de «O Dia»; era actualmente colunista de «O Diabo», semanário no qual se sentia a falta das suas linhas há alguns meses. Requiescat in pace.
A RTP suspendeu José Rodrigues dos Santos e instaurou-lhe um processo disciplinar por este ter, numa entrevista à imprensa, contado um segredo de Polichinelo, dito o óbvio ululante: que a televisão estatal é, foi e será a voz do dono do governo. Eu pensava que as pessoas deviam ser castigadas por mentir, e não por dizer a verdade.
Definição de país desgraçado: aquele que tem, entre outras coisas, uma criatura de nome Rui Pereira como Ministro da Administração Interna. Como se confirmou no Prós e Contras de ontem. Cada vez que abria a boca, cada asneira que saía. E manda a criatura no que manda. País desgraçado...
Perante a actual (des)Ordem dos Advogados e o estado da magistratura neste país, há quem se arrisque a blogar a Contra Ordem. Uma novidade blogosférica a não perder!
Acaba de sair este número especial da revista francesa L'Histoire. Leitura obviamente mais do que recomendada. Destaco em especial a longa entrevista ao historiador Nicolas Werth sobre Lenine e o terror revolucionário, e a revelação de excertos de escritos inéditos deste, onde se encontram recomendações como: "É absolutamente necessário enforcá-los todos" (sublinhado do autor), isto a propósito dos muitos "parasitas" que obstavam à construção do paraíso comunista.
Parece que este filme de Florent Emilio-Siri, com argumento do romancista e documentarista Patrick Rotman, é o primeiro decente, equlibrado e não-militante que se faz em França sobre a guerra da Argélia desde L'Honneur d'un capitaine, de Pierre Schoendoerffer (1982). E que mostra as atrocidades cometidas pelo FLN e pelo ALN. Pelo menos as revistas 'Le Figaro Magazine' e 'Historia' já lhe dedicaram páginas especiais, esta última acrescentando-lhe a propósito um grande e bastante completo dossier sobre a guerra argelina. Esperemos que L'ennemi intime se estreie nos cinemas em Portugal em vez de ficar esquecido pela distribuição, como sucede a tanto cinema francês, ou então seja enviado directamente para DVD como se fosse mais um banal "filme de guerra".
Segundo a revista 'Notícias de Sábado' do DN de hoje, é mais fácil comprar droga em Lisboa do que beber ou adquirir a tradicional aguardente caseira de medronho na zona de Monchique, no Algarve. Isto graças ao zelo implacável posto pela ASAE e pela GNR, na caça aos nefandos produtores de quintal. Um deles até se suicidou após a visita das entidades higiénico-militarizadas.
A parada de aniversário (!) de um canal de televisão privado impediu, durante meio dia, a circulação numa das principais e mais centrais avenidas de Lisboa.
Os gangs de africanos continuam a fazer razias nos comboios da Linha de Sintra, e a ficar impunes. Há dias, após mais uma madrugada de desmandos e de medo, a televisão referia-se à matilha de assaltantes e vândalos como "um grupo de pessoas". Nos media portugueses, o crime não tem identidade nem cor. Os delinquentes são todos "iguais".
Ontem, ao ler a notícia no diário gratuito «Meia Hora» com o título "Cruzamento entre raças na origem da obesidade", que aparece também no «Diário Digital», sobre um estudo que visa verificar se existe relação entre a miscigenação e doenças cardiovasculares como a obesidade e a hipertensão arterial, lembrei-me de uma campanha do grupelho dos SOS Racistas, que espalhou há uns anos outdoors com o slogan "Preta é a tua avó". Com o regresso da moda das campanhas-choque, tipo Benetton, podiam agora fazer uma coisa semelhante com os dizeres "Ó gordo, a tua avó é preta!"
Já nesta altura era fala-barato e aldrabão. Agora continua a sê-lo em Bruxelas, só que mudou de cor e veste fato e gravata. (Com a devida vénia ao Manuel Azinhal, que achou esta pérola "barrosã" no YouTube).
Aqui há uns tempos, a RTP fez uma publicidade em que apareciam caras "da casa" e espectadores anónimos a dizer que a RTP era "o canal da Judite", "o canal da D. Genoveva", "o canal do Malato", "o canal do Sr. Costa", e por aí adiante. Ontem, liguei para a SIC Notícias em busca de informação, e apanhei mais uma vez com Mário Soares a ser entrevistado pelo inevitável Mário Crespo. Decididamente, a SIC Notícias é o canal do Mário.
Dizia ontem aquele rapaz António Vitorino, na sua charla semanal no "serviço público", que cabia ao poder "fazer pedagogia, em contraponto à demagogia". Gostava bem de saber como é tal possível em Portugal, onde a maior fonte de demagogia em jorro intenso e contínuo é o governo.