domingo, outubro 18, 2009

Um livro que é uma provocação legítima



REGRESSO
Não fugi à guerra, não fui para Paris
não fugi da terra, não traí o povo,
eu fui ao combate debaixo do Sol
e voltei de novo.
Posso aquecer-me com o Sol mais quente
que me enche as veias, vinho de raíz,
não se vai à guerra e volta de novo
sem se sentir dentro a voz do país.
Posso agora olhar, olhar descansado,
as belas moçoilas, bordando ao luar
sinais de conjuro para o namorado
um dia voltar
E posso falar, falar compassado,
com o homem velho que me disse um dia:
“se eu tivesse agora a tua idade
era eu quem ia”.
.....................João Conde Veiga


Desde 1961
, ao longo de pouco mais de treze anos de campanha em três teatros de operações, as Forças Armadas mobilizaram centenas de milhar de jovens portugueses para defender a soberania portuguesa, num esforço humano enorme, intenso e dedicado. Um desafio que nos impunha combater e vencer - e vencemos - enquanto Portugal soube manter uma Decisão clara, uma Vontade Política fundada no Interesse Nacional e uma Determinação consequente em enfrentar os inimigos internos e todas as manobras abertamente hostis dos grandes blocos imperialistas.
É nesse enquadramento que o Tenente-Coronel Piloto Aviador reformado BrandãoFerreira, hoje instrutor na aviação civil, vai apresentar o seu último livro. A sessão realizar-se-á dia 28 de Outubro, Quarta-Feira, pelas 18h, na Academia Militar - entrada pela Rua Gomes Freire. E o respectivo convite está aqui.
Devemos dizer que Brandão Ferreira é um autor realmente dissidente, um verdadeiro militar que sempre defendeu Portugal, a justiça da causa portuguesa, a necessidade de resistir e vencer essa guerra que nos foi imposta e a dignidade dos nossos combatentes. Assumiu desde sempre e publicamente com Honra essa missão difícil onde quer que fosse necessário, numa atitude muito firme de Fidelidade a Portugal e ao seu Juramento de Bandeira. E sob uma preocupação permanente de Serviço do Conhecimento e da Verdade que sempre fez prevalecer sobre todos os factores emocionais, bem expressa nas 600 páginas de Em Nome da Pátria.
É assim natural que lhe queiramos oferecer a nossa solidariedade de portugueses conscientes, determinados a lutar para que a Verdade triunfe e que seja feita justiça ao melhor das nossas últimas gerações. Tal como eles deram, queiramos nós dar tudo para que Portugal continue.
VL

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terça-feira, outubro 06, 2009

MONARQUIA ou REPÚBLICA, Fazer um Referendo - para quê?


Nesta «quadra republicana» do 5 de Outubro tem-se falado muito em «referendar o regime», aproveitando os monárquicos alguma atitude mais tolerante, sem reparar que essa tolerância é o sinal mais claro de que, precisamente, nenhum Pretendente ao Trono efectivo e sério existe, ou é como se não existisse e que, portanto, a República não vislumbra nenhuma ameaça Real. Por isso não vai haver Referendo nenhum... A Restauração da Monarquia é uma questão de Poder, da Vontade Política das elites sociais, culturais e políticas. Pouco dependerá da vontade popular - que nem será consultada se o Poder instalado não quiser, como bem parece ser o caso. Porém, antes de tudo o mais, depende da capacidade e qualidade do Pretendente, da sua força intrínseca espiritual, da sua inteligência e nível de Liderança natural. Podemos mesmo dizer que a restauração monárquica não depende directamente de um Referendo. A possibilidade de um Referendo é que depende das condições políticas criadas pelo Pretendente e por um amplo movimento de intervenção cívica nacional. Se ele quiser e acreditar, e se o inspirar e liderar pessoalmente num combate político não muito diferente de outras campanhas. E se conseguir mobilizar a Nação e ser rei antes de o ser, como sempre aconteceu com os reis autênticos, então o Referendo seria um pormenor.

O Poder não nasce dos referendos. O Poder referenda-se. Aclama-se! Aquilo que se pretenda referendar já deverá pré-existir, de facto, de alguma forma, como possibilidade efectiva antes de um eventual pronunciamento popular. Com os devidos respeitos, quem não sabe isso não sabe o que é a Vida, nem a Política - com «P», mais vale estar calado e ir inscrever-se, por exemplo, no CDS ou no PSD. Mas que não fale do Rei nem do Reino, que não opine vulgaridades segundo as ideias patéticas feitas por este 'sistema', prontas a consumir desde o século XVIII, distribuídas já mastigadas na TV ou lidas nos jornais comerciais. Quem pensar que um Referendo, por si só, pode criar politicamente um Chefe que Queira e pedir que, em termos práticos, se vote um Homem que ainda não há, é melhor continuar a pensar - mas sentado. Sempre pode ir lendo o Point-de-Vue/Images du Monde ou a Hola!.. São as imagens dos 'reis' e 'raínhas' a que tem direito quem quiser 'brincar à Monarquia', em Portugal ou por essa Europa - e para tal bastam perfeitamente