A caneta de Faizant parou de desenhar
O desenhador, humorista e cartoonista francês Jacques Faizant morreu sábado de manhã, em Paris, aos 87 anos. Era um dos monumentos do «cartoon» em França, com uma carreira de mais de meio século, grande parte dela nas páginas do diário «Le Figaro», para onde entrou em 1960 e que só deixou no final do ano passado, para se reformar. Também colaborou abundantemente nas revistas «Le Point» ou «Jours de France». Os seus desenhos fazem parte da história do jornal e através deles podemos seguir, a rir, as convulsões da política francesa, e do mundo, nos últimos 45 anos. Um «cartoon» (ou «charge») de Faizant geralmente valia por um editorial ou um artigo de opinião. Homem de direita, conservador gaulista, Jacques Faizant nunca deixou que as suas convicções políticas o impedissem de «picar» em todas as direcções do espectro político. «Raramente digo que sou desenhador; digo que sou jornalista; faço passar aquilo que tenho vontade de dizer através do desenho; antes que tudo, sou jornalista; a seguir, tenho que ilustrar o acontecimento de forma clara, verdadeira e divertida, como um cronista.», explicou certa vez numa entrevista. Entre as suas personagens, e além dos políticos que elegia como alvo mas que fazia questão absoluta «de nunca arrastar pela lama», constam, entre outras, todas elas popularíssimas, as velhotas viúvas comentadoras da actualidade, o vagabundo copofónico filosófico, a própria Mariana e o seu gato falante. Jacques Faizant publicou mais de 40 álbuns e sete romances, bem como banda desenhada no início da sua carreira.
2 Comentários:
Posta alguns desenhos para podermos ficar a conhecer um pouco da sua obra.
Sinal dos tempos, e da evolução do próprio Figaro, o facto de os seus desenhos terem sido retirados da primeira página há uns anos.
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