Está mesmo a pedi-las
Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disse hoje ao DN, a propósito do triste episódio do telemóvel, da professora e da aluna ocorrido na Escola Carolina Michaelis, que "lidar com a indisciplina não é uma prioridade". Isto porque, segundo o dito senhor, "é mais importante reflectir sobre os factores que estão na origem destes comportamentos", que são "de natureza diversa: familiares, sociais, e também, sem dúvida de natureza política". Ou seja: não nos preocupemos em castigar os delinquentezinhos e delinquentezinhas, porque a culpa da violência, da indisciplina e da falta de respeito pelos professores nas escolas é da "sociedade", das "desigualdades", do "autoritarismo", do "sistema", quiçá ainda do "fascismo". Há professores que estão mesmo a pedir que os alunos lhes caiam em cima com toda a força.
2 Comentários:
A retórica do costume: no passado a vida era bem mais dura que hoje e coisas destas eram impensáveis. É nas sociedades mais evoluídas, em que o bem estar é maior que existe este problema.
A violência existe nas escolas porque falta a autoridade e o castigo que seria devido por mau comportamento, indisciplina e até mesmo delinquência.
Como não se pode aplicar quaisquer castigos físicos, porque no mínimo provocam traumas psicológicos, assim, na falta de outros castigos eficazes, resta a impunidade que serve de incentivo para que cresçam os comportamentos anormais nas escolas e fora delas. Eu, no meu tempo de escola fui castigado algumas vezes, mas nunca por mau comportamento, com algumas palmadas e não fiquei traumatizado por isso, nem conheço quem tenha ficado. Pelo contrário, acho que aqueles castigos foram úteis e me levaram a fazer os “trabalhos de casa”, que de outra forma ficariam sempre esquecidos pela brincadeira com os outros rapazes. Os castigos físicos eram bem tolerados pelos pais de todas as crianças e não consta que fossem piores pais do que os actuais.
Pondo de parte os castigos físicos, que castigos aplicar aos alunos? Ficam de castigo numa sala? Não poderá isso ser considerado violência psicológica? e quando os visados se aperceberem de que nada lhes acontece se recusarem o castigo é isso mesmo que vão fazer: recusam o castigo. E depois? São multados? Quem paga as multas? Pagam-nas os alunos ou os pais? E se não pagarem? E se não tiverem meios para isso? Qual é o castigo alternativo? Ficam impunes? Expulsam-se da sala de aula ou da escola? Não serve de nada, apenas se transfere o problema para o exterior da sala de aula ou da escola. Esses jovens irão dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.
Os castigos físicos são hoje todos condenáveis, mas, por vezes, são os únicos que têm algum efeito e são muito úteis até certa idade. É claro que só defendo umas palmadas no rabo ou na mão, umas réguadas e coisas assim e só até aos 10, 12 anos de idade. Não se trata de murros, pontapés, pauladas, chicotadas... Mas todos os castigos físicos são por ora todos condenados pelas nações ocidentais, pela EU e pelo nosso país. Assim, as mudanças terão que ocorrer primeiro nas principais nações (EUA, UK, França..), que a seu tempo se aperceberão da necessidade da reposição de alguns castigos físicos (Portugal, nisto, como noutras matérias seguirá atrás). Os pais irão aceitar e compreender a necessidade até para a protecção dos seus próprios filhos que são as primeiras vítimas dos poucos jovens com procedimentos anormais.
A partir das idades que referi são inviáveis quaisquer castigos físicos sobre os jovens, que, em caso de necessidade, deverão ser encaminhados para "Casas de Correcção" ou lá como lhes queiram chamar (Foi assim no passado e poderá ser no futuro). Estes estabelecimentos devem incutir aos jovens aí internados as regras morais de conduta e hábitos de trabalho; ter autoridade para castigar os desvios que venham aí a ocorrer, fazendo sentir aos jovens aí internados que estão a cumprir um castigo: Poderá ser normal o levantarem-se e deitarem-se a uma hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, como fazerem a cama e tratarem das suas roupas e de outras tarefas. É claro que as actividades escolares e de preparação para uma vida profissional seriam também incluídas. As actividades de lazer devem ser permitidas só em dias definidos, mas podendo ser canceladas em caso de castigo.
A maioria das crianças e jovens não é delinquente e pode ser corrigida de qualquer desvio através de uma simples conversa, mas basta um "rebelde" para boicotar uma aula e para arrastar consigo outros mais pacatos que não levantariam qualquer problema. Os colegas mais humildes são as primeiras vítimas e a escola não tem hoje maneira de as proteger.
Algo deve mudar nas escolas por forma a castigar os desvios de comportamento dos jovens, senão estamos, sem o saber, a criar pequenos “monstros” que nunca se habituarão a cumprir regras sociais, que serão uns inúteis e que viverão sempre à custa do trabalho alheio porque é mais fácil.
Um dia as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos, terão que mudar: o que é hoje um conceito indiscutível será um dia posto em causa. Houve no passado uma inversão na atitude da escola e outra poderá acontecer no futuro.
Há quem diga que tudo se resolve se os pais derem educação aos filhos. Pergunto: e quando os próprios pais não a têm, como podem ministrá-la aos filhos?
Zé da Burra o Alentejano
Inteiramente de acordo, Zé da Burra.
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