sábado, abril 25, 2009

E se o 25 de Abril tivesse falhado?



Um novo livro de ficção histórica alternativa, Alvorada Desfeita, editado esta semana, especula sobre o falhanço do golpe militar do 25 de Abril, graças à resposta armada do Governo à sublevação do Golpe dos Capitães, e à consequente derrota deste. Escrito por Diogo de Andrade, pseudónimo de um quadro superior do Estado que optou pelo anonimato, com um prefácio da autoria do professor de Ciência Política António Marques Bessa, e publicado pela Izipress, uma chancela do grupo editorial Guimarães, Alvorada Desfeita está nas livrarias exactamente 35 anos após a revolução dos cravos. Este livro de história virtual, ou alo-história, um género quase sem expressão na literatura em português, vulgarmente conhecido no mundo anglo-saxónico como what if... ("e se..."), baseia-se num conjunto de factos reais para elaborar uma alternativa ficcional mas verosímil, causada por um factor ou conjunto de factores que deram origem à divergência histórica.

Misturando personagens imaginárias e semificcionais com figuras históricas reais, do regime deposto na realidade mas vitorioso neste Portugal alternativo, da oposição e dos golpistas aqui derrotados, o enredo de Alvorada Desfeita tem como pivô Ricardo Valera, o jovem e dinâmico ministro da Defesa do trémulo Governo de Marcello Caetano. A determinação deste perante a eclosão do golpe militar leva ao fracasso do Movimento dos Capitães, à repressão dos movimentos marxistas clandestinos e a uma solução de regime em que Marcello Caetano e Américo Tomás são afastados dos seus cargos, a "descolonização exemplar" não se dá e os países do Ultramar não caem nas mãos dos movimentos de obediência soviética.

Há, assim, uma alteração do poder político e militar em Portugal na sequência da revolução abortada, à qual nem o general Spínola escapa. Alguns dos nomes envolvidos no novo processo político acabam afastados, mostrando "que as revoluções ou as contra-revoluções devoram sempre os seus próprios filhos". Pelo meio da narrativa de ficção histórica "pura e dura" de Alvorada Desfeita, passa um subenredo sentimental e romanesco, envolvendo o jovem ministro, que foi nomeado à pressa e sob pressão para o cargo na sequência do golpe frustrado das Caldas da Rainha, e que acaba por se revelar decisivo no esmagamento da revolução dos cravos. Os acontecimentos são narrados no decurso de um dia (o 25 de Abril), que abrange a maior parte do livro, e seguidos hora a hora. Os violentos combates que se travam em Lisboa (ao contrário do que aconteceu na realidade), causam centenas de mortes entre militares e civis, e levam à destruição de parte da Baixa pombalina. Os confrontos no Terreiro do Paço e ruas limítrofes são particularmente sangrentos.

Outra personagem decisiva nos acontecimentos alternativos de Alvorada Desfeita é o coronel Sérgio de Melo, de Cavalaria 1, o "operacional" que, em ligação permanente com o ministro Valera, lidera a resposta militar do regime aos sublevados, assumindo a repressão metódica e implacável do Movimento das Forças Armadas. O autor do livro conheceu e privou com várias das personagens reais do livro, cujos "desabafos, expectativas, decepções e confidências" ajudaram a dar forma a Alvorada Desfeita. E a revolução de Abril não triunfou...

29 Comentários:

Anonymous Anónimo said...

Fascistas! Revanchistas frustrados. 25 de Abril Sempre.

2:26 da manhã  
Anonymous Andre said...

E o 25 de Abril não triunfou?...foi por ter triunfado que os senhores podem escrever neste blog...

12:02 da tarde  
Anonymous Jorge said...

Bom, mas se não tivesse triunfado, acredita que, trinta e cinco anos depois o Estado Novo se manteria inalterável? E que não haveria hoje liberdade de expressão?

A questão está nos brutais prejuízos que a revolução comportou para Portugal, para que houvesse liberdade de expressão ( hoje muito relativa atento o controlo do Governo sobre os media e a ditadura do politicamente correcto no interior dos jornais), por antítese com uma transição política, como a espanhola, que tarde ou cedo iria ocorrer no nosso País.

3:40 da tarde  
Anonymous Vasco G. said...

Estão a politizar estupidamente um romance. O que interessa é discutir se o enredo alternativo que nele figura poderia, no plano dos factos, ter ou não ocorrido...

4:36 da tarde  
Anonymous Patriota said...

E a verdade é que o 25 de Abril tem um lado positivo. Os portugueses agora já sabem (ou relembraram) porque é que a primeira democracia (na primeira república) arruinou Portugal, e quando esta cair de podre nunca mais vão querer ouvir falar em partidos políticos, união europeia ou globalização, que são meros instrumentos do grande capital.

6:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O revisionismo ataca de novo...

6:42 da tarde  
Anonymous Condestável Frituras said...

A propósito de revisionismo, essa de dizer que no Portugal da União Europeia existe liberdade de expressão não deixa de fazer sorrir...

Experimentem violar publica e visivelmente as leis que consideram que a exposição da aldrabice que dá pelo nome de "Holocausto" é crime de lesa-raça (eleita, é claro, embora não se saiba bem quem a elegeu), e logo verão onde vai parar a apregoada liberdade...

6:48 da tarde  
Anonymous zé luís almeida said...

Excelente livro, já li e recomendo. É preciso que haja mais obras como esta, e não necessariamente de ficção especulativa. Também de análise histórica e política, para acabar com o unanimismo da "inevitabilidade" do triunfo do 25 de Abril.

10:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"O revisionismo ataca de novo..."
Ataca sim meu vermelhusco, tens razão phá, vê o actual panorama espanhol em relação à Guerra Civil.
Levastes nos cornos e agora quereis a vingança dos cobardes porque sabeis que ninguém vos faz frente. O que diga-se foi como cá o 25 do A., sem inimigo para combater. Da noite para o dia passaram a ser democratas 9 milhões, novecentos e noventa e nove mil portugueses.
Tivessem os “heróis” das Caldas levado com um tiro nos miolos e a coragem do amador actor do 25 do A., com nome de personagem shakespeariana, que sob a capa de controlador do golpe esteve sempre acovardado em quatro paredes e pronto para fugir, tinha continuado sossegadinho.
Tadinhos!
Tivesse a coisa azedado seriamente no 25 de Novembro e a personagem shakespeariana que agora se gaba de não ter dado ordem aos fuzileiros para avançar (!!!!) contra os comandos para não haver banho de sangue… Vejam lá o cobarde mais uma vez preocupadíssimo com o sangue dos outros.
Chulos!
E quem precisa e gosta de chulos são as putas.

Gimbras

3:02 da tarde  
Blogger Flávio Gonçalves said...

Há outra obra interessante de romance histórico alternativo:

http://paramimtantofaz.blogspot.com/2006/04/abril-sangrento.html

10:36 da tarde  
Blogger Diogo said...

Mas o 25 de Abril falhou. Vejam quem está no governo...

And now, for something completely different:

Barack Obama repudiou o cristianismo e está a converter-se ao Islão.

Jon Stewart, do Daily Show, explica-nos, com humor, como os Media nos EUA dão a entender que Barack Obama é um muçulmano encapotado.

VÍDEO legendado em português

8:40 da tarde  
Anonymous Condestável Frituras said...

Já está no Uchronia:

Alvorada DesfeitaO livro é óptimo e está a meio caminho entre a HA com um pequeno avanço temporal sobre o POD (o jargão para "Point of Departure", que tb. sugere uma rampa de lançamento, neste caso para os desenvolvimentos alternativos) e o puro thriller politico «mais em cima do acontecimento» (tipo "Day of the Jackal" etc.), mas com mais uns volumezitos a continuar o presente do 1º volume, avançando no futuro, poderíamos ir observando uma alo-história mais prolongada no tempo, incluindo os desenvolvimentos em Portugal, CEE, África do Sul, Rodésia, Guerra Fria internacional, Cuba etc.

Há que pedir ao Diogo de Andrade uma continuação com os mortos ressuscitados, como o Conan Doyle fez ao Holmes, ou então que continue com os descendentes, porque eu gostava de ver o que vai dar esta coisa do Grande Portugal Euro-Africano democrático em gestação.

Sugestão para o titulo do 2º volume: PELAS QUINAS DA AMARGURA, ou a revolta que começa nas Caldas da Rainha, chefiada pelo jovem major Katrapulza de Azinhaga contra o Pres. José Eduardo dos Santos, eleito à tangente nas eleições da Federação Portuguesa contra o incorruptível candidato metropolitano do Partido do Progresso, Aníbal Cavaco Silva...

Às armas, lusitanos! S.Jorge e Lusitânia!

11:33 da tarde  
Blogger Leocardo said...

Este blogue acabou?

2:19 da tarde  
Anonymous Condestável Frituras said...

À segunda leitura: uma excelente novela, muito legível e com óptimo ritmo (o que em inglês se chama um "page turner") apesar de algumas falhas e anacronismos que de modo algum estragam o conjunto ou a divertida especulação alo-histórica desenvolvida (a descrição operacional/organizativa militar muito boa, a parte técnica e táctica com alguns erros). A narrativa é de facto fascinante e, na opinião deste leitor, acompanhada em toda a sua extensão por uma sucessão de vinhetas que mostram a aptidão satírica do autor.

E deixa uma interrogação a pairar, no diálogo final entre o governador de Macau e o embaixador português na Tailândia, que não pode deixar de fazer reflectir: não é curioso que por mais voltas -- ficcionais ou não -- que se dêem em busca de saídas airosas para Portugal e Ultramar no termo do Estado Novo, as almejadas soluções pareçam ficar sempre aquém das expectativas, com os «defensores do império» reduzidos a «defensores dos equívocos linguísticos», como o ex-ministro Ricardo Valera passando das colónias / províncias ultramarinas aos «estados regionais sob uma semântica federal», aparentemente sem corar?

«Semântica», diz ele, note-se bem.

Pois. Começa-se a tentar detalhar cenários desejáveis com algum realismo e lá vamos nós parar aos PALOPS...

Moral da História: há que perceber os seus ventos, mesmo quando se quer navegar à bolina.

6:56 da manhã  
Anonymous o das caldas said...

Entretanto,aquele comuna que foi enrabado pelo Carlos Silvino quando era criancinha e fez do caso Casa Pia um negócio para se publicitar e passar a existir,deixou(?)o PC e vai concorrer à câmara de Setúbal pelos pseudo-monárquicos farsantes do PPM! Esta merda está mesmo no fim...do esgoto.

3:50 da manhã  
Anonymous estela said...

ó rapazes!

é um livro! de ficção! história alternativa!!!!!

há que ler e depois comentar. não é fazer uso das próprias impossibilidades políticas para deixá-las vendarem os próprios olhos!

quem não duvida do mundo que temos não aprendeu nada com a revolução (a dos cravos e as outras todas, as diárias, as que vão acontecendo pelo mundo, aquelas que nem se notam, as que ninguém quer...)

só me custa um bocado ler o comentário do frituras sobre o holocausto. sim, é verdade que se vai de cana por dizer que não foi assim. mas esse é o pior exemplo de falta de liberdade! liberdade de expressão não tem nenhum de nós. isso é o que nos fazem crer...

mas achar que erm nome da liberdade que NÃO temos se ande por aí a dizer que não, que não foi como foi e que é tudo uma aldrabice, é estar a aceitar que há uns de nós que valem mais que outros e que alguns têm a culpa de tudo o que acontece e que está bem matar uma data de gente em nome de uma ou outra ideia imposta!
defender aqueles que acham que o holocausto não existiu porque os coitados assim não podem fazer uso da liberdade de expressão é de uma irresponsabilidade bruta e uma das coisas que se aprende com a liberdade de expressão é o seu uso responsável!

9:06 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

Estela: "[D]efender aqueles que acham que o holocausto não existiu porque os coitados assim não podem fazer uso da liberdade de expressão é de uma irresponsabilidade bruta..."Mas «existe»?...

Irresponsabilidade bruta, prezada Estela, é pretender talmudicamente que uma palavra pseudo-mágica só por si -- independentemente do seu valor semântico, daquilo que é suposta representar -- adquira uma pretensa transcendência ontológica indiscutível e dispense os critérios de análise racional que permitem separar o verdadeiro do falso.

Não se trata apenas de defender a liberdade de expressão daqueles que acham que «o holocausto não existiu». Trata-se também de perceber que o «Holocausto» (plano de extermínio, 6 milhões, câmaras de gás) «existiu» e «existe» sim, mas como uma gigantesca mentira histórica.

A história sagrada não está dispensada, pese embora aos fiéis, de cumprir os requisitos da historicidade. Esqueça o catequismo que lhe impingiram e procure começar a instruir-se, por exemplo, aqui:

CODOHBreve introdução às prodigiosas câmaras de gás

2:27 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

Correcções:

O "Mas «existe»?..." é meu. Subentenda-se a mudança de parágrafo que falhou. E o mesmo no fim:

CODOHBreve introdução às prodigiosas câmaras de gás

2:33 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

Última tentativa e até amanhã:

CODOH
Breve introdução às prodigiosas câmaras de gás

2:37 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

Flávio Gonçalves: "Há outra obra interessante de romance histórico alternativo:
http://paramimtantofaz.blogspot.com/2006/04/abril-sangrento.html"
Obrigado. Não conhecia mas, já agora, como fã do género, vou procurar.

2:55 da manhã  
Anonymous estela said...

prezado frituras,
o pior cego é mesmo o que não quer ver!

se tivesse lido o meu comentário atentamente, notaria, que o mais importante para mim, não é comentar discussões sobre a história (os comentários aqui referem-se a um romance de história alternativa!) - mas sobre a leveza com que, em nome da liberdade de expressão se aplaudem inconsequentemente as maiores parvoíces.

Claro que os seus links são maravilhosos! Acredito não só na liberdade de expressão, como também na liberdade de culto. A cada um as suas crenças.
Mas não mas imponha!

Vivo num país que viveu e apoiou o nacionalsocialismo e sei em primeira mão e não pelo youtube, que os genocídios não começaram na alemanha nem terminaram com a 2a guerra mundial. É irresponsável contribuir de que forma seja para atear fogo ao pensamento nacionalsocialista e os poucos que até hoje negaram o holocausto defendem no mesmo folgo uma raça pura, melhor que outras, com mais direitos, inclusivé o de matar porque sim.
E aqui chegados não há liberdade de expressão, nem liberdade de nada.

Repito: é de uma irresponsabilidade bruta usar a palavra mágica "liberdade de expressão" para justificar que se diga qualquer barbaridade!
poder dizer barbaridades não é liberdade de expressão. é somente e ainda apenas poder dizer barbaridades. E isso já existia antes do 25 de abril.

10:15 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

Estela: «Repito: é de uma irresponsabilidade bruta usar a palavra mágica "liberdade de expressão" para justificar que se diga qualquer barbaridade!»O que me parece que está a dizer, e para o caso de não ter ainda reparado, é que proclamar que o rei vai nu é uma «barbaridade» seja qual for o estado de nudez ou cobertura da augusta personagem, e sem necessidade sequer de olhar na sua direcção.

Se não é isso, é isso que parece. Mas esqueçamos um pouco a mitologia «holocáustica» -- para si, segundo depreendo, História Sagrada, um pouco como o massacre dos inocentes ou a caminhada sobre as águas -- e consideremos a outra questão que resume nesta belíssima fórmula:

«poder dizer barbaridades não é liberdade de expressão»Erro. Erro completo.

Liberdade de expressão é justamente isso. É exactamente isso, porque para «poder dizer» aquilo que ninguém considera «barbaridades» (para utilizar as suas palavras) é que não é necessária liberdade de expressão nenhuma: basta a conformação à expressão autorizada ou obrigatória.

Se «liberdade de expressão» é para si poder recitar o Credo diante do inquisidor, parece-me que ainda tem muito que aprender sobre o assunto, para além do Credo e das licenças da mesa censória...

E não me venha com o paradigma (teórico e expectável) do grito de «fogo!» dentro do teatro cheio, primeiro porque as bocas cosidas impedem o alarme em caso de incêndio verdadeiro; e segundo porque o risco de maldoso falso alarme com resultados catastróficos é suficientemente capcioso e improvável para ser perfeitamente possível (e indispensável!) viver com ele -- e com os raros desastres provocados por maldosos falsos alarmes...

4:33 da manhã  
Anonymous Condestável Frituras said...

E a propósito da intervenção anterior e do livro de que falamos, senhores capitães dos impérios defuntos (pré- e pós-Movimento dos ditos), querem mesmo novos teatros de operações onde fazer brilhar as cores portuguesas? Com abnegação e heroísmo? Contra os possíveis boicotes internacionais e a exigir sacrifícios à nação, como convém à epopeia? Para fazer vingar a verdade e a razão, sem as tão odiadas contabilidades merceeiras ou calculismos interesseiros? Por amor da verdade, em defesa da cultura e da civilização europeia, e nada menos do que isso?

Nada mais fácil. Deixem-se de certidões de óbito à colectividade e comecem as vossas pequenas campanhas pessoais para ressuscitar a esperança nas ideias desinteressadas tão caras à apregoada tradição cristã. Apoiemos abertamente o povo irlandês e os restantes povos europeus -- a começar pelo nosso! -- contra o totalitarismo dos comissários e dos parlamentos-fantoches, como apoiámos o povo de Timor no seu direito à auto-determinação. Tenhamos vergonha do miserável tratado de Lisboa que nos querem impor e tomemos a iniciativa de defesa da Europa a que pertencemos e continuaremos a pertencer de pleno direito, com ou sem esmolas, porque outros nos seguirão. Recusemos o nosso aval às legislações que procuram -- até agora felizmente debalde -- dominar a Internet. Apoiemos um estado único e democrático na Palestina e defendamos na ONU o desarmamento nuclear de todas as potências da região. Envergonhemos a Alemanha e os outros estados servis, recusando em Portugal a bárbara legislação censória imposta à Europa pelas organizações judaicas, ajudando a desmontar a maior mentira da história (como tenta fazer incipientemente o presidente do Irão) e fazendo valer as nossas indesmentíveis credenciais como um dos países da Europa mais longamente sujeitos à imposição de censura e sem disposição para a tolerar de novo.

Não é possível? E porque não? Porque nos custaria caro? Porque só somos amigos dos Estados Unidos quando se trata de agredir terceiros a mando de Israel, e não quando se trata de defender a relevância universal da Primeira Emenda na era da electrónica? Porque a África nos dizia respeito e a Europa não? Porque só éramos grandes quando nos levantávamos sobre os ombros africanos, e agora somos pequeninos porque não temos escadotes às ordens? Porque ainda ficaremos mais tristes se deixarmos de chorar?

5:21 da manhã  
Anonymous estela said...

ok - uma última tentativa para me fazer entender:

- não tenho nada contra "dizer barbaridades" (estava desgraçada se não aguentasse com elas)
- não estou interessada em discutir consigo - nem este é o lugar! - sobre as suas crenças relativa ao holocausto

tudo o que disse e repito é que acho irresponsável, brutamente irresponsável, servir-se de um tal exemplo para comentar a falta de liberdade de expressão como o frituras comentou
PORQUE
a liberdade de expressão é diferente do lugar comum "dizer o que me apetece".

se o frituras diz o que lhe apetece e acha que deve porque tem direito à liberdade de expressão tenho imensa pena de si!
deixo-lhe aqui o artigo da constituição que nos garante em portugal a bendita liberdade de expressão e que assim mesmo salvaguarda eventuais infracções, que são levadas a tribunal, como foi há pouco o caso de Gerd Honsik, nas Áustria (direito criminal!).

e deixo-o com o artigo e com a minha certeza de que, tal como a minha liberdade pessoal de fazer seja o que for só vai até onde começa a liberdade do outro. Nos actos como nas palavras.

Evite no futuro maiores barbaridades e use a sua liberdade de expressão (que muita gente neste mundo nem sonha vior a ter) com responsabilidade! É o seu dever, porque ter um direito não significa ser irresponsável.
fique bem.

----------------------------

Artigo 37.º
(Liberdade de expressão e informação)

1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.

2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.

3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.

7:21 da tarde  
Anonymous Condestável Frituras said...

Estela: "não estou interessada em discutir consigo - nem este é o lugar! - sobre as suas crenças relativa ao holocausto tudo o que disse e repito é que acho irresponsável, brutamente irresponsável, servir-se de um tal exemplo para comentar a falta de liberdade de expressão"***

Por outras palavras, não se deve mencionar nenhum tabu ou tema proibido quando se menciona a falta de liberdade de expresssão no que respeita aos tabus e temas proibidos.

O que é que tem andado a fumar ultimamente? As espirais estão giras?

12:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Exceptuando as mortes, era assim tal e qual como conta o livro que tudo deveria ter acontecido, como é dito num comentário num blog similar a este. Não tenho dúvidas que esse "golpe de taberna" foi o que conduziu portugal a este beco sem saída, esmagado entre uma Europa que não o olha como um igual e um mar para onde já não tem forças para se virar. A esquerda contribuiu para tudo isto, com a sua "guarda avançada" que quis tomar de soslaio o poder. Não sei porque ainda é tolerada em Portugal. Mas Caetano é também muito responsável por isto. Um dia, a verdade será reposta e a Portugalidade virá, de novo, à tona. Porque não é uma cambada de imbecis esquerdoides que podem apagar toda a glória e alma de um povo quase milenar

4:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Mensagem para Eurico de Barros

O que segue nada tem a ver com o artigo em questão. Apenas o utilizo enquanto boleia para contactar consigo. Espero estar a faler com a pessoa certa.

No Sábado passado eenquanto esperava pelo voo da TAP Bruxelas-Lisboa fui lendo o DN do dia, que o Lounge simpáticamente me proporcionou. Esbarrei com um artigo seu "Os outros soldados desconhecidos", no suplemento Almanaque. Era sobre o meu amigo Yves Duval. O que v. escreveu sobre o Yves está correcto. Mas escapou-lhe um pormenor fundamental: o Yves era uma grande amigo, admirador e conhecedor de Portugal. Orgalhava-se de ter obtido do Hergé a garantia de que se houvesse uma aventura do Tintin no "estrangeiro" ela seria em Portugal. O amor do Yves a Portugal está bem patente no capítulo sobre o nosso país incluído no "55 années de bulles". Que escapou ao meu caro amigo. Distracções destas acontecem aos melhores, c'est pas grave.

Terei muto gosto em emprestar-lhe o meu exemplar do "55", que tem uma simpática dedicatória do Yves. Aí poderá ler que o fascínio do Yves sobre Portugal começou com a correspondência entre o avô do Yves e o Prof Reynaldo dos Santos. Muitíssimo curiouso. Mas para que eu lhe empreste o livro o Eurico terá de ir a Bruxelas...Que vale pena, quanto mais não seja para ver o museu Hergé.Já o visitei, fui à inauguração, conheço aquela gente. Um espanto, especialmente do ponto de vista arquitectónico.

A última vez que vi o Yves foi em Bruxelas com uma bela posta de bacalhau assado de permeio. Vou ter saudades do Yves.

Cumprimentos de um amante da BD, especialmente do Tintin e do seu "Journal".

António J. Cabral

ajcabral@skynet.be

11:13 da tarde  
Blogger José Estorninho said...

Ainda bem que não falhou!

7:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A visão economicista da Pátria de R. Varela: aceitar a independência da Guiné porque o território não é economicamente rentável assenta na mesma lógica do fecho dos hospitais, escolas, linhas de caminhos-de-ferro, etc., dos actuais políticos e vai levar-nos mais cedo ou mais tarde à perda da nossa independência. No fundo, se o romance fosse verídico estaríamos, neste momento, muito provavelmente, na mesma situação do País real. Pessoalmente, repugna-me a ideia de abandonar partes do território e populações pela simples razão de não serem rentáveis. Se os Guinéus na sua maioria (como reconhece o autor) queriam continuar Portugueses, o seu abandono via referendo manipulado (como preconiza o romance) constitui um acto de traição. Este livro (bem escrito) não acrescenta valor às ideias sobre o possível destino do nosso antigo ultramar.

9:15 da tarde  

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