quarta-feira, janeiro 18, 2006

Identidade

O que diz Pátria mas não diz Glória,
com um silêncio de cobardia,
e ardendo em chamas chamou vitória
ao medo e à morte daquele dia;

A esse eu quero negar-lhe a mão,
negar-lhe o sangue da minha voz
que foi ferida pela traição
e teve o nome de todos nós.

E o que diz Pátria, sem ter vergonha
e faz a guerra pela Verdade,
que ama o Futuro, constrói e sonha
Pão e Poesia para a Cidade;

A esse eu quero chamar irmão,
sentir-lhe o ombro junto do meu,
ir a caminho de um coração
que foi de todos e se perdeu.

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA

1 Comentários:

Blogger O Corcunda said...

Um dos últimos poetas portugueses...

6:09 da tarde  

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