Noite
Da noite o véo se corre
e o astro bom se apaga;
faz-se luz fatua, a vaga,
phantasma negro, a torre.
...........................................
Que alvorecer tão ledo
para tão curto dia!
enlevos de poesia,
porque fugis tão cedo?
Scismo, blasphemo, exoro,
e a sina sempre escura!
Se é nuvem, como dura!
Se luz... que meteóro!
Deixar caír o açoite;
deixar cortar a face.
O triste quando nasce
busque a sua mãe — a noite.
A noite, sim, responde
ao timido vagido;
a noite é irmã do olvido,
a noite é boa — esconde!
A luz espanta o pobre;
o dia inflamma a chaga;
a noite vem, e apaga;
palpa a nudez, e cobre.
É só, ama a orfandade;
é pobre, ama a pobreza;
é muda co'a tristeza,
e chora co'a saudade.
Bem hajas, pois, ó noite;
carpido hei já de sobra;
vá, boa mãe, desdobra
o manto em que me acoite.
Thomaz Ribeiro
e o astro bom se apaga;
faz-se luz fatua, a vaga,
phantasma negro, a torre.
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Que alvorecer tão ledo
para tão curto dia!
enlevos de poesia,
porque fugis tão cedo?
Scismo, blasphemo, exoro,
e a sina sempre escura!
Se é nuvem, como dura!
Se luz... que meteóro!
Deixar caír o açoite;
deixar cortar a face.
O triste quando nasce
busque a sua mãe — a noite.
A noite, sim, responde
ao timido vagido;
a noite é irmã do olvido,
a noite é boa — esconde!
A luz espanta o pobre;
o dia inflamma a chaga;
a noite vem, e apaga;
palpa a nudez, e cobre.
É só, ama a orfandade;
é pobre, ama a pobreza;
é muda co'a tristeza,
e chora co'a saudade.
Bem hajas, pois, ó noite;
carpido hei já de sobra;
vá, boa mãe, desdobra
o manto em que me acoite.
Thomaz Ribeiro
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