Holocausto em Angola
Excelente artigo de António Barreto no «Público» de ontem sobre o livro "Holocausto em Angola - Memórias de entre o cárcere e o cemitério", de Américo Cardoso Botelho. O sociólogo é categórico na sua apreciação, "O que ali se lê é repugnante", diz. Sobre aquela a que alguns chamaram a "descolonização exemplar", não se inibe de dizer: "O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade."
Fala também da responsabilidade de Rosa Coutinho neste Holocausto e no caso de Manuel Ennes Ferreira, preso e torturado depois de lhe ter sido assegurada protecção na Embaixada de Portugal em Luanda.
Sobre o percurso dos responsáveis por este Holocausto e a atitude cúmplice dos polítcos portugueses, diz: "Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos (...) estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato. "
Fala também da responsabilidade de Rosa Coutinho neste Holocausto e no caso de Manuel Ennes Ferreira, preso e torturado depois de lhe ter sido assegurada protecção na Embaixada de Portugal em Luanda.
Sobre o percurso dos responsáveis por este Holocausto e a atitude cúmplice dos polítcos portugueses, diz: "Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos (...) estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato. "
3 Comentários:
Enoja o silêncio protector com que a "comunicação social" protege,objectivamente,esse canalha abjecto que é rosa coutinho.
Amigos Retornados (mais «espoliados» que isso...): Deixem-me que vos diga que essa tal da v/ «repugnante descolonização(zita) exemplar» fica hoje muito aquém do que realmente se passou em Angola. Por felicidade (e sei-o em primeira mão, porque lá estive em 1978, junto com ex-Kwatchas e alguns SWAPO´s). com menos bumbos que eu...), registei tudo o que sei. Pois si o que sofreu o meu amigo Lafayette, na «nova» Prisão de Luanda. Pois também sei que os outros, finos de se passarem para as festarolas´ do DB (e, antes disso, do Miguel & do Jorge), lá se vão passendo pelo Chiado e vão recebendo prémios de auto-consagração pelos contributos para a cultura lusófona e um «regular» e predisposto anti-fascismo militante. Este livro é, em certo sentido, pois, desmoralizador. Só cá faltava aparecer, mais uma vez, depois da compra da GUIMARÃES por uns ULTRA's mais ou menos idiotas e casados em língua vernácula, um daqueles rapazes, «emblemáticos«, vistosos, a dizer que são do São João de Brito...
[E, diga-se, que estou muito contido, f...-se!]
Só posso lamentar algumas inconsistências de discurso.
Mas no fundo, está tudo mais ou menos regular. E certo. A COREMO, diga-se, é o que sempre se destinou a ser. E a Loja 25 de Abril também... Só é pena que, desde 1995 não fossem cumpridos os mandados de captura (eram cinco ou mais ?!), aliás, devido à feliz intervenção «amigável» de um ex-PR. Que, soube há dias, até tem uma Fundação... Será que a Fundação Agostinho Fernandes também está edificada na mesma base (da joint-venture chinesa, ou replicada das Taipas??)
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