Kosovo
A trágica situação do Kosovo é pouco referida no nosso país, talvez porque para muitos se trata de algo "distante" e que "não nos diz respeito". Por isso, gostei de ler o que escreveu Bagão Félix no «Público» de hoje:
“(...) é difícil perceber a visão rígida, maniqueísta e de inspiração alemã de que, nos Balcãs, de um lado estão os sérvios sempre condenados, e do outro as restantes etnias da ex-Jugoslávia sempre acarinhadas.
O Kosovo independente por ter uma etnia albanesa e muçulmana predominante? Se sim, então porque não reclama a comunidade internacional a independência da
Tchetchénia ou a divisão da Bósnia entre muçulmanos, sérvios e croatas? A imposição feita à Sérvia do tipo "o vosso país entra na UE se aceitarem a independência do Kosovo" ou as declarações de Condoleezza Rice ("de uma forma ou outra, o Kosovo será independente") são impróprias de uma cultura democrática ocidental, traduzindo mesmo uma "chantagem indecente", para citar o primeiro-ministro sérvio Kostunica.
Utilizando lógica idêntica, é caso para se perguntar se a União teria o mesmo critério no que toca à Espanha face a uma hipotética independência do País Basco ou da Catalunha? E outros exemplos há nesta Europa de contradições em que ser pequeno ou grande faz toda a diferença. Ou porquê o silêncio total sobre o Tibete, este um caso indubitável de diferenciação nacional em relação ao potentado da China?”
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