segunda-feira, janeiro 08, 2007

Viajar, viajar

Quando vejo gente a mais em aeroportos, comboios ou estradas, pergunto-me invariavelmente o que a faz mudar incessantemente de sítio e sou levado a crer que, na maior parte dos casos, não há razão válida a não ser a necessidade de se deslocar para enganar o tédio, o terrível tédio que se encontra no fundo de toda a vida humana onde Deus não está.
Sei bem que há os negócios, os afazeres profissionais, os encontros amorosos ou de família, que pedem viagens, mas muitas vezes tudo isso é invocado como mero pretexto.
Porque não teve ainda tempo para descer ao fundo das coisas, a juventude não sente o tédio na sua dimensão mais terrível, em tudo o que tem de metafísico.
Todavia, com os anos, o homem a quem assiste um mínimo de reflexão, apercebe-se que o tédio é pura e simplesmente uma das faces da morte. Morte essa de que tenta fugir, viajando.

8 Comentários:

Anonymous Anónimo said...

"o terrível tédio que se encontra no fundo de toda a vida humana onde Deus não está."

Reze, que isso passa.

8:58 da tarde  
Blogger Catch said...

Melhor 2007

2:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Isso passa mas é com um moscatédio,perdão,com um moscatel de Setúbal de trinta anos.Adoça a vida!

3:39 da manhã  
Blogger Flávio Gonçalves said...

Sugestão para 2007:

Que o Jantar das Quartas tire uma quarta para viajar cá dentro e conheça o Espaço Açores:

http://www.espacoacores.com

É necessário efectuar reserva.

Sugiro a degustação de uma taça de vinho verdelho "Lajido" (que era exportado para o czar Nicoulau II e posteriormente para a camarilha soviética) e após sobremesa uma taça de angelica, duas bebidas produzidas somente nos Açores.

Para a refeição sugiro os vinhos açorianos ou sumo de maracujá, dois produtos de exportação açoriana que não se encontram facilmente em terras do continente.

Pratos típicos açorianos e carne de bovino e enchidos açorianos.

Se isto não animar os tertulianos, não sei o que o fará.

9:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Boas sugestões, caro Flávio!

2:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apenas três reparos caro Moraes;

1- "Qd vejo gente a mais.." - Quem está a mais? Há algum número politicamente correcto q transforme todos os outros acima dele.. em "a mais"?? Como poderei eu saber quando estiver numa estação de comboios ou aeroporto se.. estou a mais?

2- Se os vê.. é porque lá está.. está o meu caro a mais também? Ou tem algum estatuto de imunidade, que o transforma em "nunca a mais"??

3- Ficou claro que o meu caro quando se desloca é apenas para disfarçar um pouco a sua muy entediante vida.. mas não será presunção sua a mais generalizar? Será que não concebe a ideia de deslocações apenas por.. lazer/prazer?

Abraço

Ainzz Argentina

11:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo:não espere resposta,o Morais foi passear o tédio...

10:44 da tarde  
Blogger Pedro Botelho said...

A resposta a esta está na outra.

5:50 da manhã  

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