A velocidade ou a vida?
A última ideia peregrina do actual governo é, segundo o «DN», que “os automobilistas portugueses poderão ser obrigados a instalar um limitador de velocidade nos veículos durante os dois primeiros anos após tirar a carta”. Esta é mais uma daquelas medidas que até pode ficar bem nas notícias, para alguns, mas que apenas se concretizará no dia 32 de Outembro. Num país com uma taxa de sinistralidade rodoviária como o nosso, era sem dúvida urgente fazer um debate sério sobre esta questão.
No caso da velocidade, e falando contra mim próprio, já que confesso não ser exemplar cumpridor dos limites legais, era necessário haver a coragem de perguntar se ela é realmente a maior causa de acidentes. Em caso de resposta afirmativa, por que aplicar limitadores apenas aos veículos dos recém-encartados? Porque não também aos automóveis dos condutores com cadastro rodoviário? E, já que falamos em coragem, por que não levantar a questão mais incómoda de todas: Se o limite máximo legal é 120 km/h, porque é que é possível comprar veículos que atingem mais de o dobro dessa velocidade?
Em situações como esta vemos claramente que os interesses comerciais se sobrepõem à vida humana, mas o discurso hipócrita politicamente correcto recusa totalmente esta constatação.
No caso da velocidade, e falando contra mim próprio, já que confesso não ser exemplar cumpridor dos limites legais, era necessário haver a coragem de perguntar se ela é realmente a maior causa de acidentes. Em caso de resposta afirmativa, por que aplicar limitadores apenas aos veículos dos recém-encartados? Porque não também aos automóveis dos condutores com cadastro rodoviário? E, já que falamos em coragem, por que não levantar a questão mais incómoda de todas: Se o limite máximo legal é 120 km/h, porque é que é possível comprar veículos que atingem mais de o dobro dessa velocidade?
Em situações como esta vemos claramente que os interesses comerciais se sobrepõem à vida humana, mas o discurso hipócrita politicamente correcto recusa totalmente esta constatação.
1 Comentários:
Nesta questão da sinistralidade eu tenho uma opinião um pouco heterodoxa.
Eu conduzo e vejo os outros a conduzir e não me parece que sejamos assim tão maus condutores como nos querem fazer crer. Nem me parece que tenhamos mais "falta de civismo" do que o normal.
O problema é que em Portugal as estradas são mal construídas, mal sinalizadas e mal iluminadas. Os carros são velhos e em 2ª, 3ª ou 4ª mão. Os centros de inspecção "facilitam" bastante. As escolas de condução idem.
Se temos estradas más, carros piores e muitos condutores com uma formação deficiente, como é que as taxas de sinistralidade poderiam ser baixas?!
Mas é claro que para o poder político é muito mais fácil dizer-nos que a culpa é nossa, que somos todos uma cambada de barbaros incivilizados, do que atacar as verdadeiras causas do problema.
NC
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