Posse cangalheira

Ia subindo o Chiado naquela tarde amena, atmosfera leve, quase de algodão. Tempo ideal para namorados. Descendo, vinha um parzinho. Olhei-os. Ele, um lingrinhas barbudo, tipo Maio de 68 atardado; ela, bem torneada, cintura estreita, cabelo cor de mel, carnação de leite, seios pequenos mas firmes, em forma de pêra, juntinhos, altaneiros, orgulhosos, triunfantes, enfim uma harmonia de cores e formas, um encanto, uma pura maravilha e também festa para os olhos, que, aprovativamente, por ela passeei. Aí, o rapaz topou-me, viu, deu-se conta, e, tomando-lhe de imediato uma das mãos, passou-lhe também logo um braço por cima dos ombros; como uma canga. E lá seguiram, Chiado abaixo.