segunda-feira, janeiro 21, 2008

Bipartidarismo

O extremo-centro (PS/PSD) quer um sistema político de alternância democrática do tipo "vira o disco e toca o mesmo" e de rotativismo gastronómico à maneira do "ora agora como eu, ora agora comes tu". Não é novidade, mas neste momento é descarado.

A aplicação da norma legal que exige a manutenção de pelo menos 5 mil filiados para a existência de um partido político tenciona eliminar do esprectro várias pequenas mas incómodas vozes, a curto prazo. O irónico deste processo é que alguns dos que hoje se julgam grandes verão, de seguida, a sua vida em risco. Veja-se o caso do CDS que, em reposta ao Tribunal Constitucional, apresentou 6232 militantes, ou o caso das contas por apresentar do BE, cujo silêncio alguns tentam explicar com a possibilidade de extinção. Imagine-se agora o cenário, bastante provável, apresentado por Garcia Pereira: quando os "pequenos" conseguirem os 5 mil filiados, a lei será alterada e passará a exigir 7500 ou 10 mil.

Junte-se, por fim, outro ingrediente de peso: a nova lei autárquica. Com esta, o bipartidarismo tornar-se-á uma realidade na maioria dos municípios portugueses. Esta mudança levará a que a filiação em partidos que não os do extremo-centro seja cada vez menor. Está, assim, aberto o caminho para um sistema político onde — como previa um amigo meu há dias em conversa —, para além de dois partidos sem diferenças substanciais e ideologicamente vazios, sobrevive apenas (por quanto tempo?) o dinossáurico PCP, mercê da implantação local nalguns pontos do país.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo said...

http://letrastroca.blogspot.com/2008/01/melhor-blogs-de-2007.html

2:51 da tarde  

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