sábado, abril 25, 2009

E se o 25 de Abril tivesse falhado?



Um novo livro de ficção histórica alternativa, Alvorada Desfeita, editado esta semana, especula sobre o falhanço do golpe militar do 25 de Abril, graças à resposta armada do Governo à sublevação do Golpe dos Capitães, e à consequente derrota deste. Escrito por Diogo de Andrade, pseudónimo de um quadro superior do Estado que optou pelo anonimato, com um prefácio da autoria do professor de Ciência Política António Marques Bessa, e publicado pela Izipress, uma chancela do grupo editorial Guimarães, Alvorada Desfeita está nas livrarias exactamente 35 anos após a revolução dos cravos. Este livro de história virtual, ou alo-história, um género quase sem expressão na literatura em português, vulgarmente conhecido no mundo anglo-saxónico como what if... ("e se..."), baseia-se num conjunto de factos reais para elaborar uma alternativa ficcional mas verosímil, causada por um factor ou conjunto de factores que deram origem à divergência histórica.

Misturando personagens imaginárias e semificcionais com figuras históricas reais, do regime deposto na realidade mas vitorioso neste Portugal alternativo, da oposição e dos golpistas aqui derrotados, o enredo de Alvorada Desfeita tem como pivô Ricardo Valera, o jovem e dinâmico ministro da Defesa do trémulo Governo de Marcello Caetano. A determinação deste perante a eclosão do golpe militar leva ao fracasso do Movimento dos Capitães, à repressão dos movimentos marxistas clandestinos e a uma solução de regime em que Marcello Caetano e Américo Tomás são afastados dos seus cargos, a "descolonização exemplar" não se dá e os países do Ultramar não caem nas mãos dos movimentos de obediência soviética.

Há, assim, uma alteração do poder político e militar em Portugal na sequência da revolução abortada, à qual nem o general Spínola escapa. Alguns dos nomes envolvidos no novo processo político acabam afastados, mostrando "que as revoluções ou as contra-revoluções devoram sempre os seus próprios filhos". Pelo meio da narrativa de ficção histórica "pura e dura" de Alvorada Desfeita, passa um subenredo sentimental e romanesco, envolvendo o jovem ministro, que foi nomeado à pressa e sob pressão para o cargo na sequência do golpe frustrado das Caldas da Rainha, e que acaba por se revelar decisivo no esmagamento da revolução dos cravos. Os acontecimentos são narrados no decurso de um dia (o 25 de Abril), que abrange a maior parte do livro, e seguidos hora a hora. Os violentos combates que se travam em Lisboa (ao contrário do que aconteceu na realidade), causam centenas de mortes entre militares e civis, e levam à destruição de parte da Baixa pombalina. Os confrontos no Terreiro do Paço e ruas limítrofes são particularmente sangrentos.

Outra personagem decisiva nos acontecimentos alternativos de Alvorada Desfeita é o coronel Sérgio de Melo, de Cavalaria 1, o "operacional" que, em ligação permanente com o ministro Valera, lidera a resposta militar do regime aos sublevados, assumindo a repressão metódica e implacável do Movimento das Forças Armadas. O autor do livro conheceu e privou com várias das personagens reais do livro, cujos "desabafos, expectativas, decepções e confidências" ajudaram a dar forma a Alvorada Desfeita. E a revolução de Abril não triunfou...

sexta-feira, abril 24, 2009

Matrecos

Há dias andava por aí uma grande conversa sobre o que os ingleses achavam do lusitano "desenrascanço". Coincidiu com a recepção de uma mensagem com esta imagem...

Sítio para hoje



quinta-feira, abril 23, 2009

Quando os autóctones são as vítimas...



... não é notícia.

segunda-feira, abril 20, 2009

Tintin na SHIP (II)

No passado sábado, conforme anunciado aqui, decorreu na Sociedade Histórica da Independência de Portugal um encontro sobre Tintin e a paixão da aventura, com a presença do Mário Casa Nova Martins e do Eurico de Barros e a compreensível ausência do João Marchante. Uma óptima experiência da qual saliento o conhecimento e clareza nas exposições dos oradores, que colheram a atenção dos presentes e motivaram a troca de opiniões que se seguiu. Está de parabéns o Núcleo Infante D. Henrique e todos os que contribuíram para este evento. Venham mais!

sábado, abril 18, 2009

Informação governamentali... quê?

Visto há bocado, no cabo: na TVI 24, o novo DVD em que José Sócrates é acusado de corrupção por Charles Smith, era comentado pela jornalista da estação que tem seguido o caso, por Constança Cunha e Sá, por José Manuel Fernandes, do Público, e Ribeiro Ferreira, do Correio da Manhã. Na vizinha SIC Notícias, o mesmo DVD era comentado... pelo ministro Pedro Silva Pereira.

domingo, abril 12, 2009

Vital, o europeu ex-soviético


"Nós, europeus", proclama o cartaz de propaganda de Vital Moreira às eleições para o Parlamento Europeu. Grande "europeu", este ex-ponta de lança do mais raivoso estalinismo do PCP de Álvaro Cunhal, inimigo declarado da democracia representativa, apoiante do cerco à Assembleia Constituinte, opositor ferrenho da entrada de Portugal na CEE e defensor sonoro da "Reforma Agarra" e da colectivização da propriedade em Portugal. Agora, trinta anos depois, é ver este antigo cantor de loas ao comunismo soviético, o "menino de ouro" vermelho do PREC, todo respeitavelmente grisalho, todo coladinho ao PS socratista, todo a favor de Bruxelas, todo pelas Europas. "Nós, europeus"... pois, pois. Já te tirámos a matrícula há muito tempo, ó Vitalzinho.

sábado, abril 11, 2009

Já nas bancas!

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sexta-feira, abril 10, 2009

Uma revista para reflectir e agir

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Um partido anti-UE

Na sequência do postal anterior, aqui fica um partido português contra a União Europeia, o PNR.

Para além da UE...


Pacheco Pereira desmascara a campanha do Parlamento Europeu, dizendo que esta "escolhe de facto por mim. Todas estas perguntas têm respostas politicamente diferentes, conforme o que se pensa da União Europeia e do âmbito das suas competências e funções. Nada é neutro nestas perguntas e eu quero ter a liberdade de, numa campanha eleitoral, votar por outras razões e por outras propostas. Não é ainda, que eu saiba, proibido existirem e concorrerem às eleições partidos anti-europeus, eurocépticos ou que tenham uma visão diferente da construção da Europa da actualmente maioritária entre os governos (já não sei se será maioritária nos povos porque eles não são consultados e, quando o são, dizem que não)."

Para o pensamento único há uma "Europa" única. Para quem ainda pensa e não confunde Europa com União Europeia, há outras vias.

quinta-feira, abril 09, 2009

Tintin na SHIP

Ernst Jünger

quarta-feira, abril 08, 2009

Turbodinamismo

sexta-feira, abril 03, 2009

Diagnóstico

O Manuel Azinhal descobre a doença de que padece, há anos, a direita portuguesa: síndrome de Estocolmo.

quinta-feira, abril 02, 2009

Marco Tarchi em entrevista