domingo, julho 27, 2008

Ainda a propósito de criminosos de guerra


Os media ocidentais, os políticos de Washington e os eurocratas de Bruxelas andam com a boca cheia do "monstro genocida" sérvio Radovan Karadzic, mas ninguém evoca, por exemplo, o nome de Nasir Oric, o comandante muçulmano bósnio de Srebrenica. Durante o conflito dos Balcãs, Oric fez um vídeo documentando as várias barbaridades cometidas pelas suas forças sobre populações sérvias de vilas dos arredores de Srebrenica - em grande parte idosos que se tinham recusado a abandonar as suas casas -, uma espécie de "Greatest Hits "genocida, como lhe chamou o jornalista canadiano Bill Schiller, que o viu na companhia do militar e sobre ele escreveu no jornal Toronto Star de 16 de Julho de 1995:

"On a cold and snowy night, I sat in his living room watching a shocking video version of what might had been called Nasir Oric's Greatest Hits. There were burning houses, dead bodies, severed heads, and people fleeing. Oric grinned throughout admiring his handiwork. 'We ambushed them,' he said when a number of dead Serbs appeared on the screen. The next sequence of dead bodies had been done in by explosives: 'We launched those guys to the moon,' he boasted. When a footage of a bullet-marked ghost town appeared without any visible bodies, Oric hastened to announce: 'We killed 114 Serbs there.' Later there were celebrations, with singers with wobbly voices chanting his praises."

Este vídeo foi também visto e referido pelo repórter John Pomfret, do The Washington Post, que o refere num perfil de Oric que escreveu para o seu jornal, no início de 1994: "Nasir Oric's war trophies don't line the wall of his comfortable apartment - one of the few with electricity in this besieged Muslim enclave stuck in the forbidding mountains of eastern Bosnia. They're on a videocassette tape: burned Serb houses and headless Serb men, their bodies crumpled in a pathetic heap. "We had to use cold weapons that night," Oric explains as scenes of dead men sliced by knives roll over his 21-inch Sony. "This is the house of a Serb named Ratso," he offers as the camera cuts to a burned-out ruin. "He killed two of my men, so we torched it. Tough luck." Reclining on an overstuffed couch, clothed head to toe in camouflage fatigues, a U.S. Army patch proudly displayed over his heart, Oric gives the impression of a lion in his den. For sure, the Muslim commander is the toughest guy in this town, which the U.N. Security Council has declared a protected "safe area."

Em 2006, Oric foi condenado a dois anos de prisão pelo Tribunal Criminal Internacional para a Antiga Jugoslávia, em Haia, por "não haver impedido a morte de cinco prisioneiros sérvios bósnios, e o tratamento violento de outros onze", entre 1992 e 1993. Foi absolvido das acusações de "destruição indiscriminada e de danos causados a infraestruturas civis para lá da necessidade militar imediata", por "falta de provas".

Nasir Oric vive hoje em Tuzla, onde é proprietário de um clube de fitness.

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