A citação do dia
«Um facto sumamente grave preocupava no entanto a atenção dos que isoladamente contemplavam a integral concatenação dos acontecimentos. Esse facto era a decomposição da sociedade, lentamente, surdamente, progressivamente contaminada pela mansa e sinuosa corrupção política. Quantos sintomas inquietantes! a indisciplina geral, o progressivo rebaixamento dos caracteres, a desqualificação do mérito, o descomedimento das ambições, o espírito de insubordinação, a decadência mental da imprensa, a pusilanimidade da opinião, o rareamento dos homens modelares, o abastardamento das letras, a anarquia da arte, o desgosto do trabalho, a irreligião e, finalmente, a pavorosa inconsciência do povo.»
Ramalho Ortigão, in «Rei D. Carlos-O Martirizado»
Ramalho Ortigão, in «Rei D. Carlos-O Martirizado»
5 Comentários:
Ontem como hoje, estamos na mesma.
Viva a República!
Viva Portugal!
Abaixo a república assassina, jacobina e do terror, viva o Rei!
Eurico:
Percebe-se a sua intenção de estabelecer um paralelismo com a actual situação da república.
Mas, você que tenho como um gajo intelectualamente sério verifica que não há analogia possível.
Há muitas analogias - para a República e para os anos de final da Monarquia - e em algumas áreas hoje é ainda pior, porque na altura Portugal era mais pequeno, mais provinciano e mais "amador", digamos assim. Infelizmente, é verdade, meu caro. Vá reler o Eça, o Ramalho, o Fialho de Almeida, o Raúl Brandão e mais dois ou três e chega a essa triste conclusão. O fundo mental não mudou nada e os costumes políticos pouco evoluiram.
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