Reflicta-se sobre a facilidade com que a «desumanidade incapaz de entendimento» -- era assim que a propaganda de guerra aliada considerava a dos «cobardes macacos amarelos» que se suicidavam sem aviso prévio -- passa a admirável heroísmo guerreiro quando o tempo cumpre a sua função e uma ou duas cidades se evaporam sem suicídios.
E depois aplique-se a reflexão ao tal Islamismo marciano que não pode ser ouvido -- as proclamações de Bin Laden são quase impossíveis de encontrar reproduzidas na íntegra -- para que o tempo não seja antecipado e não se poupem uma ou duas cidades...
Numa fria lógica de guerra, nem se poderá propriamente considerar suicídio os actos «kamikaze». Na verdade, talvez fosse melhor apelidá-los de «sacrifício». O estrago causado por um único piloto que acertasse no alvo (reparem que eles visavam essencialmente os porta-aviões) era muito superior ao conseguido por centenas de japoneses em acções convencionais. Poupavam-se centenas de vidas pelo sacrifício de uma só. Para não falar dos civis japoneses que os aviões americanos assim destruídos não iriam liquidar, principalmente bombardeiros B25 que eram geralmente transportados nos porta-aviões (relegados para a guerra do Pacífico, pois sobre a Europa eram carne para canhão para a Luftwaffe). De qualquer modo, é de tirar o chapéu à coragem desses homens, e ao seu patriotismo. Ou antes, de lhes fazer continência e gritar, como o Letradus: Banzai!
Ricardo Zenner: «principalmente bombardeiros B25 que eram geralmente transportados nos porta-aviões»
Isso não é muito correcto. Que eu saiba, a única vez que um porta-aviões foi utilizado como base para o lançamento de bombardeiros médios B-25 foi no raid Doolittle sobre Tóquio, que praticamente não fez estragos e os bombardeiros sobreviventes tiveram que se dirigir paera a China (conforme previsto) por impossibilidade de aterrarem no porta-aviões que os lançou. E para mais foram necessárias adaptações especiais para o lançamento e, mais grave ainda, esvaziar por completo o porta-aviões dos seus meios normais de ataque e defesa contra os meios de superfície e aéreos inimigos. Os porta-aviões foram sempre utilizados como meios de combate táctico naval ou de apoio táctico a desembarques e nunca de operações ofensivas estratégicas sobre o Japão. Praticamente a totalidade dos bombardeamentos estratégicos (ou puramente terroristas) foi executada pelos B-29 (as «super-fortalezas») a partir de aérodromos nas ilhas (inicialmente Guam).
Tem razão, caro Pedro Botelho, errei. A aeronaval americana usou muito pouco os B-25. Os ataques mais violentos foram feitos, como diz, a partir de Guam e outras ilhas pelas B-29 e pelos B-24. As tripulações diziam que o cenário do Pacífico «was like a holiday, compared with the dark (para eles) skies of Germany».
11 Comentários:
Banzai! :-)
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Aos Ilustres Benfiquista desta Casa, Eurico de Barros, Mendo Ramires e VL
Hoje é dia de Festa, um grande VIVA O BENFICA!
Abraço.
A minha contribuição para esta entrada:
Reflicta-se sobre a facilidade com que a «desumanidade incapaz de entendimento» -- era assim que a propaganda de guerra aliada considerava a dos «cobardes macacos amarelos» que se suicidavam sem aviso prévio -- passa a admirável heroísmo guerreiro quando o tempo cumpre a sua função e uma ou duas cidades se evaporam sem suicídios.
E depois aplique-se a reflexão ao tal Islamismo marciano que não pode ser ouvido -- as proclamações de Bin Laden são quase impossíveis de encontrar reproduzidas na íntegra -- para que o tempo não seja antecipado e não se poupem uma ou duas cidades...
Numa fria lógica de guerra, nem se poderá propriamente considerar suicídio os actos «kamikaze». Na verdade, talvez fosse melhor apelidá-los de «sacrifício». O estrago causado por um único piloto que acertasse no alvo (reparem que eles visavam essencialmente os porta-aviões) era muito superior ao conseguido por centenas de japoneses em acções convencionais. Poupavam-se centenas de vidas pelo sacrifício de uma só. Para não falar dos civis japoneses que os aviões americanos assim destruídos não iriam liquidar, principalmente bombardeiros B25 que eram geralmente transportados nos porta-aviões (relegados para a guerra do Pacífico, pois sobre a Europa eram carne para canhão para a Luftwaffe).
De qualquer modo, é de tirar o chapéu à coragem desses homens, e ao seu patriotismo. Ou antes, de lhes fazer continência e gritar, como o Letradus: Banzai!
Ricardo Zenner & Pedro Botelho!!!
Hoje a artilharia pesada está em força e em peso...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Zenner: «principalmente bombardeiros B25 que eram geralmente transportados nos porta-aviões»
Isso não é muito correcto. Que eu saiba, a única vez que um porta-aviões foi utilizado como base para o lançamento de bombardeiros médios B-25 foi no raid Doolittle sobre Tóquio, que praticamente não fez estragos e os bombardeiros sobreviventes tiveram que se dirigir paera a China (conforme previsto) por impossibilidade de aterrarem no porta-aviões que os lançou. E para mais foram necessárias adaptações especiais para o lançamento e, mais grave ainda, esvaziar por completo o porta-aviões dos seus meios normais de ataque e defesa contra os meios de superfície e aéreos inimigos. Os porta-aviões foram sempre utilizados como meios de combate táctico naval ou de apoio táctico a desembarques e nunca de operações ofensivas estratégicas sobre o Japão. Praticamente a totalidade dos bombardeamentos estratégicos (ou puramente terroristas) foi executada pelos B-29 (as «super-fortalezas») a partir de aérodromos nas ilhas (inicialmente Guam).
Banzai.
Tem razão, caro Pedro Botelho, errei. A aeronaval americana usou muito pouco os B-25. Os ataques mais violentos foram feitos, como diz, a partir de Guam e outras ilhas pelas B-29 e pelos B-24. As tripulações diziam que o cenário do Pacífico «was like a holiday, compared with the dark (para eles) skies of Germany».
Cumprimentos.
... E as casinhas eram quase todas de madeira facilmente inflamável. Uma maravilha...
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