domingo, abril 30, 2006

Os Mandamentos

Deus perguntou aos Gregos:
- Vocês querem um mandamento?
-Qual seria o mandamento, Senhor?
- Não matarás!
- Não, obrigado. Isso interromperia a nossa sequência de conquistas...
Então Deus perguntou aos Egípcios:
- Vocês querem um mandamento?
- Qual seria o mandamento?
- Não cometerás adultério!
- Não, obrigado, isso iria estragar os nossos finais de semana...
Deus perguntou então aos Fenícios:
- Vocês querem um mandamento?
- Qual seria o mandamento?
- Não roubarás!
- Não obrigado, isso arruinaria os nossos negócios...
E assim, Deus foi perguntando a todos os povos, até chegar aos Judeus:
- Vocês querem um mandamento?
- Quanto custa?
- Nada, é de graça.
- Então manda aí uns dez.

sábado, abril 29, 2006

Vox Populi

Ouvido ontem em Lisboa, a mais de meio da Avenida da Liberdade:

Primeiro homem: «Ouviste o Sócrates a falar da idade da reforma e daquilo da esperança média de vida?»
Segundo homem: ...
Primeiro homem: «Sabes qual é a tua esperança média de vida?»
Segundo homem: «Sei lá, pá. O que eu sei é que já há muito tempo que não tenho esperança nenhuma nesta merda!»

sexta-feira, abril 28, 2006

Mas não há coisas mais importantes?

Jornais, rádios e televisões em regime de Scolaridade obrigatória.


quinta-feira, abril 27, 2006

Vá lá...

Ao menos o homem não apareceu de cravinho na lapela.

segunda-feira, abril 24, 2006

25 de Abril de 2006


«Ó Portugal, hoje és nevoeiro...»

domingo, abril 23, 2006

Não culpados!

As vítimas profissionais lembraram-se de assinalar, no Largo de São Domingos, um «massacre» de contabilidade muito incerta, ocorrido há 500 anos em Lisboa. Apesar dos apelos à comparência em massa de vela na mão para dramatizar a efeméride, e sobretudo para os gentios procederem ao subentendido acto de contrição, apenas algumas dezenas de pessoas apareceram. Os lisboetas são pessoas de bom senso e sabem que não têm que pedir desculpa por acontecimentos ocorridos há 500 anos, em contextos históricos e quadros mentais que lhes são completamente alheios. Nem mesmo quando os media, pressurosos serviçais dos monopolistas do sofrimento, e meia-dúzia de masoquistas profissionais, querem fazer deles culpados por retroactividade.

sábado, abril 22, 2006

Cultos fantásticos


Esta é verdadeiramente mítica e de culto sólido como betão. Eu lembro-me perfeitamente dela porque já sou adiantado nos anos... e porque há uns vinte e tal anos repetiu, na íntegra, no então canal 2 da RTP. Gravei-a toda... em Beta.

sexta-feira, abril 21, 2006

Verano Azul

Porque se falou aqui desta série mítica dos anos 80, serve este postal ilustrado para reactivar a memória.

Floresta

No último número da revista «Futuro Presente», Bernardo Calheiros reflecte sobre “a pujança da(s) direita(s) e das forças conservadoras em geral no mundo dos blogs”. O ambiente livre da internet leva-o a fazer uma interessante analogia com a floresta de Jünger, sendo a rede, “um espaço a que recorremos quando nos queremos sentir livres e com vontade de resistir à tirania do politicamente correcto”. Sem dúvida.

Neste interessante apontamento, faz ainda algumas sugestões, nas quais inclui o nosso “Jantar”. Resta-me aconselhar a revista e o respectivo blog.

Outras ficções

Neste tempo não havia números de audiências nem «Morangos com Açúcar», e os modelos de comportamento veiculados pela televisão para os mais jovens eram muito diferentes.

quinta-feira, abril 20, 2006

Produção industrial

A indústria em Israel segundo o cartoonista iraniano Shojai.

quarta-feira, abril 19, 2006

Os dois “primeiros”

A guerra pelas audiências entre os dois maiores jornais no segmento da imprensa gratuita em Portugal tem destas coisas. No canto inferior direito da primeira página das edições de hoje do «Metro» e do «Destak», podemos ler a “mesma” notícia que nos dá conta, respectivamente, que “o Metro é o jornal mais lido em Portugal na categoria dos diários gratuitos” e que o “Destak continua líder dos jornais gratuitos”.

Ler estes dois jornais parece por vezes um passatempo “descubra as diferenças”. Neste caso da “mesma” história com dois vencedores, o «Metro» fala em leitores e baseia-se num estudo da Marktest, enquanto o «Destak» revela a sua tiragem média de acordo com dados da APCT.

terça-feira, abril 18, 2006

Tele-necrofilia

Obscena e miserável, a exploração, pela TVI, da morte do jovem actor de «Morangos Com Açúcar». Ou a necrofilia como novo valor mediático e trunfo da luta pelas audiências. Acaba de ser ultrapassada a barreira daquilo que é razoável e permissível em televisão. Mas como estamos em Portugal, ninguém fará absolutamente nada, e a TVI continuará alegre e impune nesta senda cada vez mais rasca. Para a próxima vez, teremos um «directo» da autópsia, entrevista com o gato-pingado e «best of» da missa de sétimo dia.

A barata na salada

«Mais uma vez, a barata morta na salada dos EUA é Israel. Os EUA opõem-se, hipocritamente, a um Médio Oriente desnuclearizado porque Israel tem armas nucleares. Hipocritamente, bradamos que os iranianos estão a violar a lei internacional, quando na verdade é Israel que se recusa a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e a receber inspecções internacionais. Tendo em conta a nossa obediência servil a Israel, temos exactamente zero credibilidade no mundo árabe e muçulmano. Tal como já disse, não me importo nada se os iranianos desenvolverem armas nucleares. Vivi a minha vida adulta com 30 mil ogivas soviéticas apontadas a mim. Posso certamente viver com as seis ou sete que o Irão poderá fabricar nos próximos cinco a dez anos. Entretanto, o governo norte-americano devia correr a pontapé do país o 'lobby' israelita e apoiar o Irão e a Liga Árabe nos esforços para um Médio Oriente desnuclearizado. O 'lobby' israelita que está a empurrar os EUA para combater mais outra guerra por Israel faz-me lembrar o que o embaixador de França na Grã-Bretanha disse numa festa: 'Porque é que o mundo deixa que este país de merda cause tantos problemas?'. Porquê, na verdade? Deviam fazer a pergunta aos vossos políticos».

Charley Reese, «Israel: The Dead Roach in America's Salad», www.antiwar.com

domingo, abril 16, 2006

Desesperos de um comensal

Alguém me sabe explicar porque é que há em cada vez mais restaurantes, em vez de apenas uma, três ou até quatro televisões ligadas, todas a dar o mesmo jogo de futebol se for hora de bola, ou então cada uma sintonizada no seu canal - e um deles é sempre a TVI a bolsar telenovelas de «produção nacional»?

sábado, abril 15, 2006

Exultação de um lisboeta

Os deputados e os políticos em geral escaparam-se para Vilamoura, uma grande fatia dos nativos e dos suburbanos evadiram-se para os Brasis, os Algarves ou para as aldeias onde viram a luz do dia pela primeira vez. Lisboa está vazia, frequentável e aprazível. Viva a Páscoa!

sexta-feira, abril 14, 2006

Futebolês

Escreve Pacheco Pereira que “a Futebolândia é um dos melhores retratos do nosso subdesenvolvimento”. Concordo. Nada contra o Futebol, tudo contra a futebolândia. Mas a minha primeira crítica não vai para a maioria que se desliga da realidade ao ligar para um jogo. Vai para os nossos (des)governantes, em especial aqueles que propõem jogos “amigáveis” para resolver conflitos civilizacionais.

quinta-feira, abril 13, 2006

A coelha da quadra

Páscoa feliz!

quarta-feira, abril 12, 2006

As eleições em Itália

São uma comédia italiana. Só que Silvio Berlusconi e Romano Prodi não chegam nem aos pés de Alberto Sordi e Ugo Tognazzi.

terça-feira, abril 11, 2006

Portugal no seu, realmente, melhor!

A Pousada da Flor da Rosa, no Crato,
é uma jóia rara entre as melhores
Pousadas de Portugal.
A antiga construção, restaurada
e preservada com grande cuidado,
domina a Pousada por fora
e por dentro. Mas não é tudo.
Visitar o impressionante conjunto
histórico foi como explorar o interior
de uma grande Ostra. Só depois
de algumas etapas pude descobrir
a pérola que ali se esconde: este bar!
Tão belo como sóbrio e elegante.
'Jansenista': Para além dos Blogs, dos livros
e das bonitas imagens de torres modernas
em aço e vidro, é aqui que se deve vir debater
Metapolítica, o Passado e o Futuro...

Em breve num cinema perto de si (5)

Mais um filme deletério aos cidadãos, que têm de ser protegidos deles próprios pelo Estado. Apaguem-se os cigarros, cigarrilhas e charutos do ecrã.

segunda-feira, abril 10, 2006

Cultura gay?

domingo, abril 09, 2006

Quem avisa...

«Vem aí uma época de cortes contínuos e constantes nos benefícios em todos os países do Primeiro Mundo. Os funcionários públicos vão ter que trabalhar mais por menos dinheiro hoje, e ainda menos amanhã, quando se reformarem. Com a excepção daqueles que conseguirem manter-se na caçada na Economia Global, os povos de todas as nações ocidentais terão que desistir dos sonhos de boa vida e competir com os jovens esfomeados dos Segundo e Terceiro Mundos. As suas vidas vão ser ainda mais duras do que as dos seus pais, e as suas reformas mais problemáticas. Os jovens que se manifestam e protestam não vão impedir que o futuro lhes caia em cima como um fardo. Porque os tempos das vacas gordas acabaram de vez.»

Pat Buchanan, «The Death of Eurosocialism»

A ler

A última edição do «Courrier Internacional», distribuída gratuitamente por este completar um ano de existência», inclui uma visita comentada ao Museu do Prado por Arturo Pérez-Reverte, que foi acompanhado por um jornalista do «El País». Nesta conversa a não perder, o autor, cujo último livro se chama "El pintor de batallas", fala de pintura e de guerra. Considera ele que "a guerra é o estado natural do homem. (...) O resto é que não é normal: a felicidade, a vida, não sofrer. Estamos todos a viver os minutos que precedem a nossa execução".

sábado, abril 08, 2006

Poesia da Tarde

Oh! tarde de sábado britânica,
Poema de rotina,
Prodígio do bem-estar...
Eu, que donde vou, latino e desgrenhado,
Intenso, irregular,
Apenas sei a vibração e o desânimo
(O sol excessivo e a sombra opaca),
Olho-te no deslumbramento
De quem se banha
E se deslumbra
Em penumbra.
REINALDO FERREIRA (filho e homónimo do REPÓRTER X)

Em breve num cinema perto de si (4)

Experimentem vir cá tentar tirar-me os charutos, seus socialistas chóninhas!

Em breve num cinema perto de si (3)

O governo diz: apaguem digitalmente o cigarro dessa louca inconsciente!

Em breve num cinema perto de si (2)


O governo considera isto um péssimo exemplo e uma imagem inadmissível!

Em breve num cinema perto de si


E quando é que o governo irá começar a censurar os filmes em que se fuma?

sexta-feira, abril 07, 2006

A reconstrução iraquiana

(Com a devida vénia ao Camisanegra).

quinta-feira, abril 06, 2006

Os negócios do presidente

A visita de José Sócrates a Angola teria sido uma boa oportunidade para os media nacionais terem feito um trabalho de fundo sobre os negócios e interesses do presidente José Eduardo dos Santos em Portugal. No entanto, imprensa, televisões e rádios preferiram ficar-se pelas habituais banalidades estatísticas, subservientes ou esperançosas sobre as «relações privilegiadas» entre os dois países. Desperdiçou-se assim uma boa oportunidade para mostrar de maneira mais detalhada como os dinheiros e os negócios do Estado angolano se confundem com os de José Eduardo dos Santos, e revelar a extensão da presença de «Zédu» & Cia. em vários sectores da nossa economia. Parece que o homem até tem dois gestores de negócios na Embaixada de Angola em Lisboa para lhe zelarem pelos investimentos. Mas não há perigo disso. Os nossos audazes media estão mais interessados em divulgar os pormenores «light» da visita - Sócrates a fazer «jogging» em Luanda - e em documentar o dinamismo verbal que a inspira - Sócrates a fazer discursos para a bancada -, do que em investigar a cleptocracia angolana começando pelo seu fautor número um.

Percentagens

Ao ler a notícia que revela que as “expulsões de imigrantes aumentam 53% em 2005”, pergunto automaticamente qual o aumento dos ilegais que conseguiram entrar? Suponho que este número deve ser directamente proporcional ao anterior...

Leitura recomendada

Acabou de ser reeditado (reprodução integral da 2ª edição de 1945) e além da selecção de poemas ortónimos e heterónimos, contém um estudo de Casais Monteiro, bem como dois documentos fundamentais: a «Carta de Fernando Pessoa sobre a génese dos heterónimos», e as «Notas para a recordação do meu Mestre Caeiro». E ainda por cima, o preço é uma agradabilíssima surpresa.

terça-feira, abril 04, 2006

África em sangue

Quase dois mil fazendeiros brancos e familiares seus já foram assassinados na África do Sul nos últimos 10 anos. «O motivo? Não é roubo nem ocupação de terras, como no Zimbabué - mas vingança, alimentada pelo racismo e pela inveja», escreve o «The Sunday Times» londrino. Onde já vai a «nação arco-íris» cantada pelos progressistas e líricos de todos os azimutes, quando da subida de Nelson Mandela e do ANC ao poder. A cor agora dominante na África do Sul é o vermelho-genocida.

segunda-feira, abril 03, 2006

O fim de uma era (2)


Espécie ameaçada de extinção com o advento do «Playboy» 'gay': a Coelhinha Playboy.

O fim de uma era

Das agências: «Revista 'Playboy' vai lançar primeira edição 'gay' no Reino Unido».

domingo, abril 02, 2006

JLB, sempre


Acabou de sair a «Fotobiografia» de Jorge Luis Borges, por Alejandro Vaccaro (edição Teorema). Não reproduzo a capa, porque esta fotografia é muito mais bonita.

Pé quebrado

A GalpEnergia modificou a letra do hino da sua campanha publicitária para o Mundial de Futebol 2006, depois de um protesto do «site» PortugalGay, que a considerou «homofóbica». O verso da letra que levou ao protesto é: «Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro/Que o último a chegar é paneleiro». A coisa é de mau gosto e compreende-se o abespinhamento dos representantes do PortugalGay, mas qual seria a alternativa de rima politicamente correcta? «Que o último a chegar tem sexualidade alternativa»? «Que o último a chegar é mais homens»? «Que o último a chegar circula em sentido contrário»? Além de estragarem o ritmo do hino, são de deplorável pé quebrado. O policiamento lexical é incompatível com a adequação rimática.

A cultura da vitimização

Palavras do insuspeito filósofo francês Luc Ferry, numa entrevista à edição de sábado do diário espanhol «ABC»:

«Cada grupo social, cada fragmento de um país, aspira a incarnar a posição de vítima. No caso francês, depois dos judeus, os negros; antes ou depois deles, as mulheres ou os muçulmanos, já nem sei. E assim inventamos um país, uma nação que é uma espécie de 'puzzle' de vítimas étnicas, raciais, religiosas, sexuais. Cada grupo forma o seu próprio clã. Inclusive no plano económico. Os restauradores, os agricultores, os camionistas, os estudantes, os investigadores, todos somos vítimas uns dos outros. Quebrámos a unidade para criar um 'puzzle' de vitimizações.»