terça-feira, fevereiro 28, 2006

O luso carnaval

Brasileiras falsas, criancinhas besuntadas, matulões patéticos, carros alegóricos manhosos, vedetas de telenovelas de sorriso amarelo, foliões de calendário, alegria postiça, inveja do Rio de Janeiro e disparo de constipações.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

O carnaval luso

As televisões começaram a transmitir os preparativos dos carnavais cá da parvónia. Amanhã, em Ovar, Torres Vedras, Loulé e outras capitais da diversão corsária, meia dúzia de assistentes enregelados e de chapéu-de-chuva irão contemplar meia dúzia de carros de lavoura enfeitados de plumas e cartolinas. Em cima dos carritos, os foliões mal vestidos convocam a tradicional gripe de Inverno. Um caso de saúde pública. Com tanta pluma e penacho, temo uma pandemia de gripe das aves à portuguesa.

domingo, fevereiro 26, 2006

Sinais dos tempos

Primeiro sinal: Os menores que esta semana assassinaram um transexual drogado no Porto, foram descritos por um 'habitué' da zona como "uns pretitos marados ali de um centro de correcção" (DN de sexta-feira). Um "grupo de jovens", segundo a linguagem temerosamente codificada dos media. Já imaginaram o banzé que se tinha armado na imprensa, TV e rádio, se os criminosos tivessem sido "uns 'skinheads' marados"?

Segundo sinal: Este cruel homicídio tipo "Laranja Mecânica", um clássico exemplo da fria brutalidade de que os mais novos são capazes, e do prazer que extraem da tortura dos "diferentes" e diminuídos, já está a ser explorado de forma repugnante pelos suspeitos políticos do costume e pelas organizações de mutantes sexuais e simpatizantes. O objectivo é o estabelecimento de estatutos jurídicos especiais e o agravamento das já de si absurdas disposições legais sobre o ódio racial e religioso. Dentro em breve, uns serão mais vítimas do que outros - sobretudo se o forem do "ódio homofóbico".

Terceiro sinal: Até Vasco Pulido Valente parece ter aderido a esta perversa corrente de pensamento, ao escrever no seu blogue "O Espectro", que "matar um homossexual só porque é homossexual, repito, não é o mesmo do que matar um vizinho ou o guarda de um banco". Logo, o vizinho ou o guarda do banco ficam prejudicados e menorizados perante a lei por serem solteiros ou terem mulher e filhos, em vez de cultivarem gostos sexuais alternativos. Já agora, se um guarda de um banco homossexual for morto, será este um crime especial de corrida de "ódio homofóbico" ou de mero delito comum?

Quarto sinal: a imediata desculpabilização piedosa e a criação de atenuantes para o grupo de jovens assassinos, através da ladainha da "exclusão", do choradinho da desgraça social ou da invocação sentimental da idade. Pura e simplesmente, eles devem ser punidos com toda a severidade, em vez de serem apaparicados como "vítimas", "sobreviventes", coitadinhos da sociedade ou irresponsáveis civis.

sábado, fevereiro 25, 2006

A Filosofia e o Direito

As limitações jurídicas que a Europa tem vindo a introduzir nos seus ordenamentos com vista a restringir a livre investigação e a impor um «pensamento único», mais do que a ditadura do politicamente correcto, relevam a profunda crise em que estamos mergulhados. E isto porque desde Aristóteles, passando por Agostinho, Tomás de Aquino, Descartes, Malebranche, Spinoza, Schelling, Hegel, Schopenhauer, Husserl, Heidegger, Hartmann, ou Gentile — a filosofia tem sido sempre uma ciência sem pressupostos, uma reflexão depurada e consciente de nada aceitar previamente e de pôr tudo em causa. Precisamente o que agora é proibido por lei.
O que nos vai valendo ainda é que a Filosofia pode gerar Direito, mas o Direito (graças a Deus!) não consegue gerar Filosofia.

Estou aqui

Estou ali.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Com um estalar de dedos

Anda a passar nas televisões um anúncio a preto e branco «artístico», no qual vários pequenos e médios «famosos», e alguns cidadãos anónimos, estalam os dedos. A intenção da publicidade, segundo proclama o «famoso» Diogo Infante no final, é «pressionar o governo para ajudar a acabar com a pobreza» nos países subdesenvolvidos, no âmbito de uma campanha internacional baptizada «Pobreza Zero». Nunca ocorreu aos descomunalmente cândidos que concebem, executam, promovem ou dão a cara por campanhas destas, que seria consideravelmente mais eficaz pressionar os governos corruptos, cleptocráticos, falidos e canibais dos países do Terceiro Mundo, e de África muito em especial; ou então exigir ao nosso governo que o faça por nós. Não, isso seria «racismo» e «paternalismo». Afinal esses poderes vendidos e sanguinários mais não são do que o resultado natural de anos e anos de exploração e de opressão colonial. A culpa não é deles, é nossa. Flagelemo-nos, portanto, façamos o nosso acto de contrição, usemos orgulhosamente as nossas causas na lapela para nos sentirmos muito justos, sigamos o exemplo dos «famosos» e vamos lá acabar com a pobreza no Terceiro Mundo. Afinal, basta apenas um estalar de dedos para acabar com a miséria obscena na Libéria, com a bancarrota e a prepotência estatal no Zimbabué, com a fome e a seca escancaradas na Somália, ou com a anarquia famélica no Sudão, não é? E então se o Bono também estalar os dedos connosco, o leite, o mel e o petróleo começam a correr em jacto contínuo.

Onde puseram o verbo «pôr»?

Não sei se já repararam mas quase ninguém que fale na televisão - pivôs, comentadores, moderadores, etc. - usa o verbo «pôr». Agora, toda a gente «coloca»: uma pergunta, uma dúvida, uma interrogação, uma objecção, etc. No outro dia, na RTP Memória, uma entrevistadora pedia ao seu entrevistado que «colocasse» em cima da mesa o álbum de recortes que trazia consigo; na TVI, durante a transmissão de um jogo de futebol, o comentador dizia que um jogador estava a «colocar» a bola a jeito para marcar um livre; num debate na 2:, a jornalista-moderadora «colocava» um ponto final no programa; num bloco noticioso da SIC Notícias, um dos pivôs falava em «colocar» em confronto dois pontos de vista. Tanta «colocação» é afectada, é pretensiosa, é falseadora da linguagem corrente. O que é que aconteceu ao bom, velho e simples verbo «pôr»? Enquanto na imprensa se escreve cada vez pior, na televisão fala-se cada vez com mais pedantismo.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A velocidade ou a vida?

A última ideia peregrina do actual governo é, segundo o «DN», que “os automobilistas portugueses poderão ser obrigados a instalar um limitador de velocidade nos veículos durante os dois primeiros anos após tirar a carta”. Esta é mais uma daquelas medidas que até pode ficar bem nas notícias, para alguns, mas que apenas se concretizará no dia 32 de Outembro. Num país com uma taxa de sinistralidade rodoviária como o nosso, era sem dúvida urgente fazer um debate sério sobre esta questão.

No caso da velocidade, e falando contra mim próprio, já que confesso não ser exemplar cumpridor dos limites legais, era necessário haver a coragem de perguntar se ela é realmente a maior causa de acidentes. Em caso de resposta afirmativa, por que aplicar limitadores apenas aos veículos dos recém-encartados? Porque não também aos automóveis dos condutores com cadastro rodoviário? E, já que falamos em coragem, por que não levantar a questão mais incómoda de todas: Se o limite máximo legal é 120 km/h, porque é que é possível comprar veículos que atingem mais de o dobro dessa velocidade?

Em situações como esta vemos claramente que os interesses comerciais se sobrepõem à vida humana, mas o discurso hipócrita politicamente correcto recusa totalmente esta constatação.

A poeira dos mortos

Trazemos os mortos connosco até morrermos também, e somos então transportados, a prazo, até que, por seu turno, caiam os que nos levavam consigo, que a seu tempo igualmente tombarão, e assim sem parar, por inimagináveis gerações.
Lembramo-nos de nossos pais, nossos filhos lembrar-se-ão de nós, até desaparecerem e serem, por sua vez, recordados pelos seus próprios filhos que se recordarão deles, embora já não tão bem de nós, e aí começará a nossa dissolução final.
É verdade que algumas coisas ficarão; velhas fotografias, quiçá filmes, registos de voz, um tufo de cabelos, sabe-se lá, impressões digitais aqui ou ali, borrifos de átomos a pairar no quarto onde tivermos dado o último suspiro. Mas nada disso será “nós”, o que somos e fomos, mas tão somente a poeira dos mortos.

Sobre a "Ressurreição"

A 'Ressurreição' foi escrita por Diogo Pacheco de Amorim e musicada por José Campos e Sousa durante o 'Verão Quente' de 1975, num momento de grande vontade combativa e de alguma esperança, nas vésperas de uma tão desejada insurreição civil e militar contra o poder comunista -esquerdista secretariado pela ala radical do MFA, que então dominava Portugal.

Não quis a História que acontecesse senão um 'sobressalto rectificador', um bem preparado, preventivo e vitorioso contragolpe dos militares ainda fiéis à disciplina, perante a sediciosa sublevação de várias unidades de paraquedistas, abandonadas pelos seus oficiais, revoltadas e manipuladas pela extrema esquerda, da acção de alguns grupos de bandidos armados e a eventualidade da adesão de outras unidades dominadas pela esquerda revolucionária ou pelo PCP, em 25 de Novembro de 1975.

Não se tendo verificado o levantamento nacional verdadeiramente patriótico e libertador de que o hino deveria ser um dos símbolos, ele não deixou, porém, de ser muito celebrado e logo cantado, não só entre os grupos exilados em Espanha como nas redes de patriotas organizados em Portugal - que o receberam através de milhares de 'cassettes'. Naturalmente, permaneceu como uma marcha de Esperança, uma bela expressão da indomável vontade de combater por um Pátria "acordada, da morte esquecida", uma 'centelha' que persiste em brilhar nas 'trevas da noite'; Não é por acaso que a letra é uma expressão poética e épica de um reencontro de Portugal consigo próprio, a celebração de um imperioso "quebrar de cadeias', apontado ao futuro. E muito acentuada pelo tom alegre, exaltante claro e afirmativo de uma música plena de ritmo que anima e entusiasma.

Num quadro da aparente 'normalização', depois do 25 de Novembro de 1975, as novas gerações enfrentavam, todavia, os mesmos fantasmas do 'Verão Quente' de 75 nos liceus e universidades. Reinava uma literal ditadura da esquerda marxista, assente não só nos programas, mas na coacção física exercida por grupos partidários e irregulares. Violenta e imediata era a resposta a quem contestasse o sentido da "revolução", a legitimidade da 'autoridade democrática' e as (im)próprias formas actuação da esquerda dominante - que feriam o mais elementar pluralismo. Entretanto, a celebração do Dia de Portugal foi suprimida, perante pública indiferença geral. Era praticamente proibido, celebrar e evocar Portugal e a Nação Portuguesa como Valores superiores, permanentes, e disso fazer um acto político.

Nesse contexto o Movimento Nacionalista, lançou activamente uma ofensiva enérgica, a partir de um núcleo de militantes que tinha crescido entre a juventude do Partido do Progresso e se desdobrou nos dois lados da fronteira durante o crítico 'Verão Quente'. Por si só, aliado, ou apoiando outros grupos de jovens patriotas ou independentes, o MN expandiu-se activamente e não se limitou à luta de libertação patriótica nas escolas. Porque havia um sentido maior e preciso nos objectivos propostos, porque obedecia a um sentido nacional, resistiu e lutou contra a suspensão do 10 de Junho - Dia de Portugal e trouxe para a rua, derrotando também o "General Verão", toda a juventude e todos os portugueses que quisessem fazer do 10 de Junho uma jornada de afirmação portuguesa, acima de qualquer sectarismo. Com símbolos próprios.
A 'Ressurreição' tornou-se então o hino do Movimento, cantado na rua, em todas as reuniões, nos acampamentos e nos convívios urbanos. Uma decisão legítima e adequada uma vez que o espírito da "Ressurreição"era exactamente o daqueles dias. De facto, todos sentiam que a "Ressurreição"fora criada, afinal, para os jovens nacionalistas, nem mais.. E tornou-se também um desafio cantá-la abertamente, um sinal de renovação, num país cansado e enganado. As maiores manifestações patrióticas, realizadas na Av. da Liberdade e nos Restauradores durante os anos 80, entoaram a "Ressurreição" apoiadas por aparelhagens sonoras mais eficazes. E o hino-marcha vulgarizou-se.

Houve,entretanto, quem pensasse em alterar a letra para obedecer a circunstãncias novas, numa perspectiva 'utilitária', e 'funcional'. Nada disso é legítimo e admissível. A identidade de uma obra, não se manipula, renova-se em novas criações. A integridade de um hino, da sua música e da sua letra, é o que o torna único, uma memória viva, registo de uma intenção, que, apesar de datada, continua a designar um Destino. Isso é o que vale, e nada disso mudou. Restam as contingências da acção política, mas isso já é uma outra história.
VL

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Para a compreensão do caso David Irving

Os nossos BOS e Duarte Branquinho põem tudo em pratos limpos, nas suas casas privadas. O FG Santos faz o mesmo, na dele.

Para a compreensão dos dias que correm

Já leram a terceira parte da brilhante trilogia do Rodrigo?

Os democratas

São burgueses na forma e burgessos no conteúdo.
Parecem saídos de um foleiro quadro neo-realista.
São meia-tijelas à procura da outra metade da gamela.
Acreditam no avô cantigas e nos amanhãs que cantam.
De noite, dormem em pleno sobressalto, a sonhar com o regresso dos fascistas.
De dia, são uns valentões anti-fascistas.
Têm umas amigas que foram muito dadas — aos outros — quando tinham vinte anos.
As mulheres deles vêem telenovelas, enquanto eles vão à reunião da secção partidária.
Têm muito senso-comum e nenhum bom-senso.
Bom-gosto — nem vê-lo!
Contam muitas anedotas; mas, não têm sentido de humor.
Usam meias de Verão todo o ano.

Ressurreição — Hino de Marcha para Todos os Nacionalistas

É uma Pátria quebrando cadeias,
É um silêncio que volta a cantar,
É um regresso de heróis às ameias,
Da cidade que volta a lutar.

É um deserto que vemos florir,
É uma fonte jorrando de novo,
É uma aurora que volta a sorrir
Nos olhos cansados do Povo.

E já ardem bandeiras vermelhas,
Nos campos há gritos de guerra,
Nas trevas da noite há centelhas,
Das rosas em festa da terra.

Canta o vento nos trigos doirados,
Dançam ondas à luz das fogueiras,
E nas sombras guerreiros alados
Erguem espadas entre as oliveiras.

É uma Pátria de novo sagrada,
Acordada da morte esquecida,
Vitória da nova alvorada:
Lusitânia em giesta florida.


Letra de Diogo Pacheco de Amorim
Música de José Campos e Sousa

Da televisão ao dogma

Esta semana, em conversa com um colega bastante mais novo do que eu, e tendo vindo à colação a infame sentença aplicada ao historiador David Irving pelo «crimeideia» orwelliano de «negação do Holocausto», reparei que o meu colega não só não tinha a menor noção da origem da palavra «holocausto», como pensava que a coisa em questão sempre tinha sido assim referida, pelos media e no discurso corrente. Na verdade, a utilização de «holocausto» para significar «o extermínio de 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial» só se começou a vulgarizar depois da transmissão, em 1978, da série televisiva com o mesmo nome, realizada por Marvin J. Chomsky e interpretada por Meryl Streep, Michael Moriarty e James Woods, entre outros. Depois, em poucos anos, «Holocausto» passou de título de série para impressionar as massas a dogma de fé para intimidar os gentios, de palavra de quatro sílabas a estenografia da intimidação, de querer dizer «sacrifício pelo fogo» a significar «imolação da verdade».

Já está!

terça-feira, fevereiro 21, 2006

A retratação de David Irving

1. Nunca me identifiquei , e muito menos me entusiasmei, seja com causas histérico-holocáusticas , seja com a cruzada delirante prosseguida pelos negacionistas do holocausto.
Acredito que a questão poderá ser vital para os que, de ambos os lados da barricada, acreditam como um dogma de fé, que a eventual desmistificação desse real ou pretenso evento histórico pode fazer ruir os alicerces da ordem internacional que vigora depois da II Guerra Mundial, a qual constitui a garantia de vida para uns e um objecto privilegiado de fúria desconstrutiva por outros.
Considero contudo, sem ser relativista, que a mesma questão não é das mais relevantes no tempo que corrre, nem justifica as paixões dos que a ela se dedicam, já que na minha opinião, as grandes tensões geoestratégicas e ameaças civilizacionais do tempo presente se posicionam em azimutes políticos bem diversos. Fazer, seja do que resta dos movimentos neo-nazis, seja do hipotético "perigo judeu", o "inimigo" do mundo ocidental do tempo presente, reduz-se a uma miragem dos que ainda vêem com a lupa das vítimas e dos beligerantes da Segunda Guerra Mundial, o presente ciclo histórico, o qual corresponde ao dealbar de uma Nova Idade.
Dito isto, e embora dentro da boa tradição musculada e desapiedada dos Laugerud não considere a liberdade de expressão um fetiche, é meu entendimento que a História, mais do que a política, deve ser livre e cruamente discutida por todos os investigadores, em debate público e aberto,mesmo pelos historiadores saídos na "farinha amparo".
Por isso mesmo não aceito a prisão do David Irving, independentemente da fraca opinião que dele possa ter como pessoa e como historiador.
2.Mas, pior ainda do que o espasmo de intolerância e de pouca inteligência dos austríacos ( espero que detenham e julguem com o mesmo fundamento e prontidão, o Presidente do Irão no caso de este transitar por Viena, aquando da próxima reunião da OPEP) o que ressaltou de mais lamentável de toda esta história, foi a atitude tremebunda do próprio Irving ao tentar escapar, sem dignidade, a todo o custo da condenação.
Longe, muito longe do exemplo preclaro dos mártires religiosos ou políticos, prontos a fazer-se incinerar pela sua fé ou pela sua liberdade de consciência, o pobre Irving, para escapar a três anos de pildra, decidiu abjurar atabalhoadamente as suas convicções negacionistas de uma vida.
Num discurso confrangedor, o pretenso historiador desdisse o que escreveu cerca de dezassete anos atrás ( e nos últimos anos, na net) quando negou a morte de seis milhões de judeus, confessando agora acreditar, depois de ler as notas escritas por Eichmann, que o III Reich massacrou efectivamente milhões de judeus e que as câmaras de gás efectivamente existiram.
Que credibilidade merecem, depois disto, os negacionistas militantes, ocidentais e islâmicos, cujo discurso foi decalcado nos escritos do infeliz David Irving ? Muito pouca, a meu ver. Pior do que a prisão, a machadada mais fatal dada nos cultores negacionistas, radica na retratação de Irving.
É certo que haverá sempre zelotas, mais irvinguianos do que o Irving, que dirão que as agências noticiosas deturparam e falsificaram as palavras do Irving; que o Irving foi torturado e drogado nas catacumbas da polícia austríaca por carrascos da Mossad; que por cada Irving caído mil outros se levantarão; que os "judicas" governam a 0rdem europeia; ou que o Irving é um traidor e a boa causa deve ser prosseguida por "historiadores" negacionistas ainda mais coriácios, como o Zundel.
Toda esta história me leva a concluir, com a devida estima perante outros que pensam de forma diferente ( Eugenio, Eugenio, estarás a ficar brando...?) que aqueles que não dormem, não respiram e não comem consumidos pela causa negacionista e que nos bombardeiam amigavelmente,dia sim dia não, com ela, melhor seria que arranjassem um hobby mais produtivo, ou uma causa mais nobre.
Por mim, depois de tudo isto, prefiro solidarizar-me com os Dayaks caçadores de cabeças do Bornéu, já que, pelo menos, esses, no meio da sua selvajaria metódica, não negam ter massacrado ( aliás, com requintes de malvadez) os emigrantes da ilha de Madura há uma decada atrás, dispensando o apoio dos sempre prontos negacionistas de serviço que, se contratados para o efeito, defenderiam que os madurenses teriam morrido com tifo ou com a gripe das aves.

O confronto

Uns bebem chá com mel

Outros bebem chá com fel.

Uns têm Fé

Outros têm fezadas.

Coboiadas

Judiarias

Liberdade para censurar

A condenação a três anos de cadeia do historiador inglês David Irving, na Áustria, por «negação do Holocausto», configura um gravíssimo atentado à liberdade de expressão e, por extensão, à liberdade de investigação histórica. E enquanto na Europa triunfam as leis censórias e da mordaça alfaiatadas à medida dos interesses dos maiores e mais perigosos inimigos da verdade, com a mais atenta, servil e masoquista colaboração das «democracias liberais», nos EUA e em Israel, a diplomacia israelita e os vários poderes e grupos de pressão judaicos fazem todos os esforços para impedir que o filme palestiniano «Paradise Now», candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, seja designado como proveniente da Palestina. A alegação é de que a Palestina não é um Estado. Ou seja: Israel não deixa que a Palestina seja um Estado, e depois persegue-lhe os filmes porque não o é.

domingo, fevereiro 19, 2006

Beata e alarve

A TVI que se esmera na mais peganhenta beatice a transmitir o funeral da irmã Lúcia é a mesma TVI que todas as semanas manda para o ar o alarve apresentador do programa «Fiel ou Infiel» a dizer a «Oração da Bunda».

Banco dos réus

Omri Sharon, filho do primeiro-ministro israelita Ariel Sharon, foi esta semana condenado em Telavive a nove meses de prisão e a uma multa de 64 mil dólares , por falsificação de documentos, perjúrio, recolha de fundos ilegal para o Likud em 1999 e 2000, e criação de empresas fictícias para ocultar o dinheiro. O seu advogado disse que iria apelar da sentença, que considerou «excepcionalmente dura». Pois, o juiz devia ser anti-semita.

Rodrigo Emílio Vive!

As sucessivas sessões organizadas para celebrar a memória de Rodrigo Emílio — e que já duram há quase dois anos, desde a sua morte física — têm propiciado a convergência de pessoas provenientes de diferentes gerações e sítios, e com diversas posturas e culturas. Desta forma, gente presa às suas rotinas pessoais tem tido a oportunidade de se conhecer entre si; e, assim, descobrir afinidades. Pude hoje ouvir e participar em conversas que começaram entre convivas que nunca se tinham sequer visto e que fluíram como se de velhos amigos se tratasse. Coisa maravilhosa esta de pensamentos, ideias e interesses desinteressados — muitas vezes guardados em silêncio durante anos — poderem subitamente libertar-se e ir ao encontro de ouvintes atentos e com muitíssimas coisas a acrescentar sobre os mesmos assuntos. Andando nós todos os dias a tropeçar, por motivos profissionais e sociais, e, até, familiares, em gente que nada nos diz, é de facto surpreendente podermos — de súbito! — escutar palavras que soam como música nova para os ouvidos — e, principalmente, para o espírito.

É com alegria que sinto estabelecer-se já uma tranquila mas dinâmica sinergia entre toda esta gente; e, talvez por lirismo..., estou profundamente convencido da eficácia destes e doutros movimentos orgânicos, de pura espontaneidade, para lançar os fundamentos culturais da Pátria Portuguesa do século XXI. Aliás, podemos afirmar, com segurança, ser a cultura — tradicionalista ou vanguardista, ou ambas, mas autêntica e nossa — o verdadeiro e único ponto central de atracção que está exercendo o fascínio sobre as largas dezenas de homens e mulheres que têm acorrido a estes in memoriam. E as amostras têm sido impressionantes. A sinistra ditadura cultural, imposta politicamente, foi já furada. Afinal, ao fim de décadas..., continuou a pensar-se, a estudar-se, a escrever-se, a compôr-se. Enfim: foi-se conservando e transmitindo o essêncial (quase clandestinamente), mas não se deixou, também, de criar, inovando! E, quando dois ou mais criadores se encontram, podem lançar-se bases estéticas para o futuro.

Por isto que aqui fica dito — madrugada dentro, a horas bem emilianas... — e por mais tudo o que ficou por dizer, posso concluir agora: Rodrigo Emílio irá colher — lá em Cima — os altos frutos que cá em baixo semeou. Saibamos nós cumpri-lo.

sábado, fevereiro 18, 2006

Há 62 Anos

Nasceu Rodrigo Emílio. Homenagem na SHIP — Hoje.

Seis Anos

Rodrigo Emílio — Presente!

Sempre que a Pátria decreta
Vem-nos de Deus o recado
— E veste-se cada poeta
De soldado.
RODRIGO EMÍLIO

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

As Portas da Gorongosa

O mais trágico nesta lei, para além da destruição da essência do "jus sanguinis" e da abertura das "portas da Gorongosa", consiste no facto de ser dificilmente eliminável.

Para além do vergonhoso consenso cúmplice gerado entre todos os partidos, por acção ou omissão, não se antevê, nem a possibilidade da sua revogação futura, nem a sua submissão a referendo popular da iniciativa dos cidadãos, já que se trata de uma matéria não referendável.

Temo que se tenha nacionalizado um problema, ou seja, concedido a nacionalidade a muitos dos energúmenos que que um dia irão incendiar os subúrbios e que não poderão ser expatriados para parte nenhuma, independentemente dos crimes que cometam.

Leituras

O historiador, ensaísta e jornalista conservador inglês Paul Johnson escreveu há tempos que lê o «Guardian» todas as manhãs, «to build up a good anger». Eu faço exactamente o mesmo com o «Público», sempre que há crónica da Esther Mucznic. Experimentem. É saudável e mantém-nos alerta. E faz-nos simpatizar cada vez mais com o presidente do Irão.

Para que o assunto não morra

Tem a palavra o Duarte Branquinho.

Sobre o assunto do dia

Uma genial parábola de Mestre Manuel Azinhal.

E depois dos saldos?

Dizia aqui o Eurico de Barros que, com a nova lei aprovada ontem, a nacionalidade portuguesa entrava em saldo. Disso não tenho dúvidas. A nacionalidade está em saldo graças ao maior peso do jus soli na sua atribuição. Mas o pior está para vir. Sabemos que a seguir aos “saldos” vem a “liquidação total”, que será a consagração absoluta do “direito de solo”. E, para completar este processo, segue-se a vinda de novo stock, neste caso a substituição populacional através de uma submersão demográfica.

Ainda a nova Lei da Nacionalidade

Valha-nos a blogosfera. Mais dois Senhores que pensam pela sua cabeça de Portugueses e escrevem preto no branco o que têm a dizer; portanto, é obrigatório ler.

Camões por Pound

Camões escreve num estilo resplandecente e bombástico — que por vezes é poesia. A língua portuguesa, pouco musical, é subjugada, e os seus acordes dissonantes harmonizados. Como retórica colorida, Os Lusíadas dificilmente será ultrapassado, em minha opinião. O encanto deve-se ao vigor do autor, à sua unanimidade, à firme convicção da glória das coisas do mundo exterior — e há igualmente um certo prazer no contacto com o espírito de Camões, o espírito de um homem com suficiente entusiasmo para escrever um poema épico em dez Cantos sem nunca se deter em qualquer tipo de reflexão filosófica. Ele é o Rubens da poesia.
Um poema épico não pode ser escrito contra a corrente da sua época: o profeta ou o satírico podem isolar-se do seu tempo ou movimentar-se no sentido inverso, mas o autor da epopeia tem que ser o arauto do sentimento geral. Embora Camões seja indubitavelmente um poeta, lê-se hoje com o mesmo interesse com que se lê prosa. Os Lusíadas é melhor do que um romance histórico; dá-nos o tom do pensamento da época.
EZRA POUND, "Camões" in «The Spirit of Romance», 1910

Mais, sobre a lei assassina

Aqui.

Lei da Nacionalidade aprovada

Pronto, já pode ser português quem quiser. E a culpa não é só do governo socialista: é da classe política inteira, que pariu em conjunto o monstrozinho legislativo. A nacionalidade entrou definitivamente em saldo.

Vésperas


Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello
(18-II-1944 — 28-III-2004)

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Memorando confidencial

Graças a mão amiga, o «Jantar das Quartas» conseguiu ter acesso a um memorando confidencial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, contendo novas e muito sucintas instruções para os diplomatas portugueses, na sequência da crise dos «cartoons» de Maomé. Ei-las:

1- Evitar absolutamente o uso da palavra «cartoons» quando em recepções, festas ou outras funções diplomáticas, em especial quando estiverem presentes representantes de países islâmicos. Se o assunto surgir na conversa e for impossível contorná-lo, dizer «os coisos».

2 - Evitar absolutamente usar palavras com sonoridades semelhantes a «Maomé» ou «Alá», caso de «monhé», «pontapé», «pá» ou «olá».

3 - Se estiver colocado num país islâmico em que as populações estejam fragilizadas com o caso dos «coisos», e acontecer a representação diplomática portuguesa ser atacada, apedrejada, pilhada ou incendiada, dirija-se aos manifestantes e diga-lhes que compreende a sua fúria, que está solidário com a sua indignação e pergunte se pode ser útil nalguma coisa.

4 - Quando na presença de diplomatas de Israel ou de judeus em geral, se o revisionismo do Holocausto e/ou o Irão vierem à conversa, utilize palavras e expressões como «horror», «repulsa», «repúdio», «ofensa da consciência colectiva da humanidade» ou «deturpação da História», de preferência todas na mesma frase.

O MNE
Diogo Freitas do Amaral

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

De mal a pior

Depois de se curvar perante os zelotas de Alá, o professor Geleia acaba de se curvar perante os mistificadores do Holocausto. O locatário do MNE está ali para as curvas.

Equipamentos

Apesar de ligar muito pouco a estas coisas do futebol, confesso a minha estranheza perante os novos equipamentos da selecção nacional. O elemento verde foi praticamente «saneado» e agora predomina o grená; a Cruz de Cristo saltou para as costas; há umas cordinhas «manuelinas», supostamente de referência aos Descobrimentos; o equipamento alternativo é todo preto (existe tradição desta cor na nossa selecção? Um amigo cujo pai jogou futebol nos «tempos heróicos» diz-me que não tem memória de tal coisa). Parece que foi tudo obra da Adidas, por encomenda da Federação Portuguesa de Futebol. Agora já são as multinacionais do vestuário e do equipamento desportivo que definem a simbologia e ditam a imagem da selecção portuguesa de futebol? Não houve consultores nem supervisores nacionais? Que se pronuncie e me esclareça quem sabe mais disto do que eu, por favor.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Falsa tradição

A funda ignorância e a superficialidade das televisões abarca até as coisas mais banais. Hoje, no noticiário das 13.00 na SIC, a propósito de uma peça sobre o Dia dos Namorados, a pivô dizia tratar-se «de uma tradição profundamente enraizada no povo português». Quer ela, quer o redactor responsável pelas linhas que leu, ignoram que o Dia dos Namorados nunca se celebrou em Portugal até às décadas de 80/90, quando, por razões essencialmente comerciais, a data foi importada do mundo anglo-saxónico - e a designação «Dia dos Namorados» do Brasil -, incluída no calendário e massificada. É um caso de uma «tradição» que nunca o foi por cá, mas que o «marketing» intenso e a memória curta dos media ajudam a fazer pensar que sim.

Nocturno

Nestes dias, tenho-me dito quão imprevisível é o amanhã. A História faz-se no presente; quer dizer, de noite. Nada sabemos, tacteamos. Depois escrevêmo-la e cada qual o faz à sua maneira. O homem é um nocturno.
Penso que está errado tornar-se a “posteridade” e o presente como mundos diferentes. A cada época cabe um gosto do dia, uma multidão que segue a corrente, um sucesso que é coisa social. Tudo o que vai nesse sentido passa depressa; no presente e no futuro. Não estou com Valéry, quando diz que a posteridade está cheia de eruditos. Não. Estará cheia, isso sim, de basbaques e papalvos, néscios que ficam de boca aberta a tudo o que é novidade. De mais a mais, não acredito que o homem seja feito para ceder aos movimentos da História. É apenas o homem de um momento e é bom que desapareça depressa.
Tenho, aliás, sobre o futuro, uma ideia, bem clara; é-me indiferente porque é inevitável. Não me vou excitar com o que se imporá. Também quando a meteorologia anuncia o tempo que vai fazer amanhã não me apetece discutir. [in «Futuro Presente», n.º 59]

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Meia bola e força

O professor Geleia vai de mal a pior. Agora sugeriu a organização de um campeonato de futebol euro-árabe para «aproximar as civilizações». Decerto que ele nunca ouviu falar na famosa «guerra do futebol» entre as Honduras e El Salvador, nem da tragédia do Heysel, entre outros episódios «edificantes» e ilustradores da capacidade do futebol para unir culturas, «aproximar» civilizações e promover o convívio entre as nações. Já pensaram no que era, por exemplo, a humilhação de uma selecção árabe «levar» 10 a zero de uma grande selecção europeia, num estádio de um país muçulmano a rebentar pelas costuras de maluquinhos de Alá? Ou de um Egipto vir à Europa ganhar uns jogos, perante bancadas povoadas de «hooligans» cheios de vontade de molhar o pão na sopa? E porque é que não se convida também Israel, que até já joga para o apuramento do Campenato Europeu de Futebol? Não há dúvida: sempre que o tio Diogo abre a boca, é meia bola e força.

Agenda: 2. Contemplar a Lua Cheia

Homem e Mulher Contemplando a Lua, c. 1824
Óleo sobre Tela, 32 x 44 cm
Caspar David Friedrich (1774 — 1840)

Agenda: 1. Ouvir Wagner, no dia da sua morte

RICHARD WAGNER
(1813 — 1883)

domingo, fevereiro 12, 2006

Chá com o Hamas

O Professor Geleia parece imparável. Depois do ralhete aos cartoonistas vem agora o apoio à Federação Russa para a legitimação do Hamas, cujo desporto inocente é volatizar pizarias e autocarros civis.

Presume-se que o proximo passo será o de apoiar uma qualquer iniciativa da Síria para negociar uma "entente cordiale" com a "Al Qaeda", como aliás defendia Mario Soares, o seu compagnon de route de manifestações contra a guerra no Iraque,

Freitas do Amaral, na sua proximidade servil ao ideário de Soares lembra aqueles reis e rainhas africanos e asiáticos que eram capturados pelos Generais e Imperadores Romanos, desfilavam nos seus triunfos e se convertiam nos seus criados ou cortesãs.

Foi o que seguramente o que lhe sucedeu depois da sua derrota nas presidenciais às mão de Soares.

Mesmo assim, Freitas consegue ir mais além, ao pôr-se, há menos de uma semana, de cócoras, perante o regime cleptocrático angolano, demitindo o cônsul em Luanda por ter negado um visto a um jornalista qualquer que protestou. Basta, pelos vistos, um artigo no "Jornal de angola" para fazer cair os diplomatas portugueses como um castelo de cartas.

A sorte é que Sócrates ainda não sabe a bomba ao retardador que tem no Palácio das Necessidades. E a atentar nos despachos ilegais que o Professor Jelly Fish tem estado a assinar, sobre o termo de funções diplomáticas no exterior e que têm posto os diplomatas em polvorosa, a coisa promete.

Vosso

Eugenio de Laugerud

Licenciosidade

Só para contrariar o professor-ministro Freitas do Amaral, este blogue declara-se licencioso.

Lições do Leste

NOSTALGHIA/Nostalgia
Itália, 1983 — 125 min.
Um Filme de Andrei Tarkovsky

Lições do Oriente


KAGEMUSHA/A Sombra do Guerreiro
Japão, 1980 — 179 min.
Um Filme de Akira Kurosawa

Uma sugestão...

... a quem manda na SIC. Desloquem o «Eixo do Mal» para a SIC Comédia e mandem o «Prazer dos Diabos» para os quintos dos infernos.

Com pouco mais de 1 Mês de Vida, estamos assim:

42 ligações permanentes (há ainda algumas em falta) feitas por outros tantos blogues e já retribuídas na coluna da direita.
100 referências (certinhas!) em postais de outros blogues sobre o Jantar das Quartas.
524 comentários e mensagens recebidos nas caixas-de-comentários e na caixa-de-correio-electrónico.
5.834 visitas.

Bem-Hajam!

sábado, fevereiro 11, 2006

Dos Mestres

Quando, pela palavra, se não pode servir a Nação, ao menos a sirvamos pelo silêncio.
TOMAZ DE FIGUEIREDO

Pausa para Reflexão

É o momento de recordar os Princípios.

Liberdade de supressão

Segundo o «Diário de Notícias» de hoje, uma jornalista da RTPN «recebeu instruções» da Direcção de Informação da televisão estatal para não mostrar imagens dos populares de Canas de Senhorim a bater palmas e a insultar e apupar o Presidente da República Jorge Sampaio, durante a visita deste a Nelas. As imagens foram para o ar num «directo», na quinta-feira de manhã, no canal nortenho, mas a jornalista foi depois contactada e ordenada pelos seus superiores para não as voltar a mostrar. O «patrão» da Informação da RTP, um tal de Luís Marinho, disse àquele jornal: «Entendemos que não devemos divulgar insultos ao Presidente da República. As pessoas têm todo o direito de o fazer e nós de não o divulgar». Daqui se conclui que:

1- A televisão paga por todos os portugueses só «deve» mostrar os portugueses que aplaudem e dão palmadinhas nas costas do Presidente da Repúbica, e não os que protestam contra ele e estão em desacordo com as suas decisões e declarações.

2- Para a RTP, só existe notícia quando o Presidente da República é bem recebido pelo povo, e não quando é apupado por ele.

3- A televisão de Estado arroga-se o direito de omitir aos seus telespectadores, acontecimentos que se deram e que são relevantes em termos políticos e informativos.

4 - Há figuras políticas intocáveis na RTP.

5 - Há censura, pontual e selectiva, na RTP.

Viva a liberdade de expressão! Ou será antes a liberdade de supressão?

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Ao BOS

Édouard Manet (1832 — 1883)
Olympia, 1863
Óleo sobre tela, 130,5 x 190 cm
Um olhar de dezanove anos — Victorine, modelo e amante do Pintor — desafia o público burguês dos salões e das salinhas de Paris. O corpo nu — ou despido... —, descontraído mas firme, impõe-se como centro de uma composição, só aparentemente académica.
Aqui, a novidade encontra-se, duplamente, na forma e no tema. Não é um nu clássico, de uma qualquer odalisca, que vemos. É uma mulher mundana que nos encara. Os acessórios, adereços e figurantes são escolhidos para — por detrás de um aparente naturalismo — nos desassossegarem: as jóias sobre a nua pele branca, a flor no cabelo e as flores oferecidas, os sapatos-de-quarto anunciando o abandono de alcova, e, ainda, as desconcertantes presenças de uma criada preta — num gritante alto-contraste cromático e social — e de um gato preto eriçado — contra todas as convenções da representação dos animais domésticos na História da Pintura, qual figuração diabólica.
Em três palavras: romântico, moderno e provocador.

Efeito especial

O filme «Syriana», de Stephen Gaghan, que passou ontem no Festival de Cinema de Berlim, baseado (vagamente) no livro de Robert Baer, e com George Clooney no papel de um agente da CIA embrenhado no labirinto dos interesses petrolíferos, económicos e geopolíticos dos EUA no Médio Oriente, tem um único mas notável efeito especial: o apagamento de toda e qualquer referência a Israel, aos seus interesses e à sua influência. Há árabes «bons» e árabes terroristas (mais estes que aqueles), e americanos quase todos péssimos, mas nem um único israelita, civil ou militar, nem a mais microscópica menção a Israel, enviesada, em fundo distante ou sequer subentendida. No mundo em que «Syriana» se passa, Israel não existe. É como fazer um «western» sem «cowboys», um melodrama em que ninguém se beija, uma comédia vazia de «gags». «Syriana» vem classificado de «thriller» político, mas na verdade é um filme de ficção científica. Ou então, cinema do absurdo.

Já lhe foram dar os Parabéns?

Permanência do Nacionalismo Português

É a Hora deste Homem!

Maçonaria, judaímo e sionismo

É aqui.

Para a Iconografia do Nacionalismo Português


Autocolante, 1978
Para o João Viriato e o NC

Para a Iconografia da Direita Nacional (II)


Quatro autocolantes monocromáticos, 198o
Mesma dedicatória do postal de baixo

Para a Iconografia da Direita Nacional (I)


Autocolante, 1980 (?)
A pedida de várias famílias,
mas muito especialmente para:
João Viriato, NC e Rui F. Santos

Nova diplomacia?

Depois da vergonhosa “Declaração do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre a crise dos cartoons”, foi ainda mais incrível ouvir as explicações de Freitas do Amaral à SIC Notícias. Disse que se tivesse feito uma declaração “politicamente correcta”, que para ele era a condenação da violência e o respeito pela liberdade de expressão, ninguém lhe ligaria. Segundo ele, tal declaração passaria despercebida. Preferiu, por isso, e segundo as suas palavras, “ser politicamente incorrecto” e “abalar as consciências”. Fica a dúvida: tem este ministro uma necessidade obsessiva/patológica de protagonismo ou está a desenvolver uma nova forma de diplomacia?

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Mistura acidulada

Estimados confrades:
Com penhoradas desculpas pela minha entrada tardia no nosso blog , venho saudar todos os "partners in crime" das nossas libações de quarta-feira e inaugurar a minha contribuição fugidia.
1. A morte do vampiro.
Custou mas foi. As eleições presidenciais pregaram a estaca que se impunha num dos proprietários dos despojos desta República. Soares acabou de vez, embora ainda não da forma que a Justiça impunha . O "Jantar das Quartas " comemorou o epílogo da personagem com champanhe. Foi, quiçá, um gesto burguês, mas um velho vampiro não merece nem um epitáfio, nem a oração que o "Leopardo" reservou aos seus adversários caídos. Estes tinham, apesar de tudo, a dignidade dos vencidos.
Importará agora, enterrar os despojos. Trata-se de uma tarefa a que nenhum se poderá eximir, pois é dever nacional desmistificar a "história de cordel" dos manuais escolares que o erigiram a "Pai da Pátria." Para o efeito um apelo: seria útil que alguém encontrasse um "Diário de Notícias" perdido ( e desaparecido de todos os arquivos nacionais) e publicado de entre 10 de Julho e final Outubro de 1973, o qual conteria, a propósito das manifestações de Londres contra Marcelo Caetano, uma fotografia "muito patriótica" envolvendo de Soares e que hoje valeria a pena revisitar. Dão-se alvíçaras a quem a encontrar. Soltem os mastins e boa caçada.
2. Ensaio sobre a cegueira
Os incêndios de Paris não foram suficientes. A culpa, ao que parece, era de Sarkozy ( que chamou "canalha" a pobres jovens excluídos que protestavam o seu direito à diferença) e do sistema capitalista gaulês que recusa criar cotas emprego para os incendiários-amadores dos subúrbios
Foi preciso que um jornal dinamarquês expelisse uma série de cartoons medíocres sobre Maomé, para que o inferno explodisse no mundo islâmico e abrisse o período de caça ao europeu. Infelizmente o mundo verde do Islão estende-se aos subúrbios de Londres, Paris e Copenhaga graças aos filantropos que, em nome do mesmo multiculturalismo que sela a decadência e o estertor dos impérios, lhes abriram as portas.
Foi preciso que os fazedores de opinião de esquerda europeus conscencializassem que existe um perigo islâmico intra e extra-muros, que põe em causa os seus tabloides, para que fosse finalmente declarada, com a legitimidade dos únicos que mandam nas ideias, a "guerra de civilizações".
Foi preciso, finalmente, que se manifestasse em Londres um conjunto de fanáticos vestidos de bombistas suicidas para que um Xeque zarolho que incita à violência fosse posto a ferros e para que o "Londonistão" que durante décadas foi santuário de toda a espécie de criminosos exilados, deixasse de ser um safe heaven do terrorismo moçulmano.
Ainda assim, há sempre cegos incuráveis. Em Portugal, o Professor Geleia tartamudeou, a partir do Palácio das Necessidades, algumas palavras contra os cartoons, distribuindo indulgências a todos os que incendeiam as embaixadas de Países aliados. E no Parlamento prepara-se uma lei da nacionalidade de portas escancaradas, onde até as uniões de facto de três anos, entre uma pega portuguesa e um um jívaro cortador de cabeças entrado "à má fila" no País, servirá para conceder a nacionalidade a este último.
Estimo que os cegos domésticos só recuperarão a visão, como sempre, tarde demais. O milagre, dar-se-á quando a cintura de Lisboa lhes explodir em cima, quando a Quinta da Marinha for devassada por turbas ao bom estilo do "último comboio do Katanga", quando lhes violarem as filhas, e quando lhes queimarem as casas.
3. Old Soldiers Never Die
Certa extrema-direita pseudo-justiceira dos velhos tempos, nunca aprende com a sua própria desgraça. Do baú das velharias retira "fotos de braço ao alto" que inserem nos seus blogs para incomodar alguns amigos nossos. Pelos vistos não se pode desempenhar funções privadas ou públicas de destaque sem a autorização dos guardiões da arca sagrada, sob pena de exposição no ciberespaço com cartaz infamante ao pescoço. É o regresso do velho espírito vindicatório, invejoso e azedo de alguns inquisidores à moda alentejana, que mais parecem o Baptista-Bastos com aquele programa burlesco que começava : onde é que você estava no 25 de Abril...?
A boa razão manda que sejam deixados tranquilos na solidão dos seus sótãos, atolados nas suas raivas e envoltos nos seus recortes amarelecidos.
Mas o nosso lado obscuro contraria a inércia . Para já reduz-se a uma modesta pergunta: é ou não verdade que o Conselho Superior da Magistratura tem jurisprudência firmada, no plano disciplinar, sobre a inadmissibilidade da conduta de juízes que, a coberto do anonimato, se dedicam a utilizar blogs para propaganda político-ideológica e formulação de ataques pessoais?
Eis uma questão "penetrante" que, para já, só pode ser descodificada por uma variedade específica de peixes de águas profundas.
Vosso
Eugenio Laugerud

Maomé, sim, Holocausto, não

O editor-executivo do diário dinamarquês «Jyllands-Posten», que publicou os famigerados 12 «cartoons» de Maomé, disse hoje que não publicaria as caricaturas do Holocausto, relativas ao concurso lançado há dias pelo maior jornal iraniano, o diário «Hamshahri». «Em circunstância alguma vamos publicar caricaturas do Holocausto provenientes de um jornal iraniano», garantiu Carsten Juste, desmentindo afirmações anteriores do responsável pela secção de Cultura do «Jyllands-Posten», Fleming Rose. Este declarara horas antes à Agência France-Presse, que admitia vir a publicá-las. Logo a seguir, Rose disse ter cometido um erro ao fazer aquelas declarações e que estava inteiramente de acordo com a linha editorial seguida pelo jornal e pelo seu editor-executivo. Mais um episódio edificante para a história da liberdade de expressão no século XXI.

Platão e os jovens

Os nossos intelectuais, políticos e pedagogos têm-se debruçado, em mesas redondas, quadradas ou ovais, sobre a crise do ensino, programas escolares, relações entre professores e alunos, etc., embrulhando-se em múltiplas explicações, cada qual com a sua, tendo, no entanto, como denominador comum, a fuga sistemática às causas reais da lamentável situação a que se assiste e o completo silêncio, quiçá amedrontado, no tocante aos verdadeiros remédios a aplicar.
Há dias, no decurso das minhas leituras mais ligadas com a antiguidade clássica, reli um texto de Platão que tem muito a ver com o assunto em causa. Vejamos e reflictamos sobre a achega que aquele filósofo grego nos dá ao escrever 400 anos antes de Cristo:
“Quando os pais se habituam a deixar as crianças fazer o que lhes apetece, quando os filhos já não ligam ao que aqueles lhes dizem, quando os mestres tremem diante dos alunos e preferem adulá-los, quando, finalmente, já não reconhecem, acima deles, autoridade a nada nem a ninguém, estamos então, em frescura e beleza, perante o começo da tirania.”
Julgo que qualquer comentário seria supérfluo. [in «Futuro Presente», n.º 59]

Postal para as nossas irmãs e amigas Dinamarca e Noruega


I Bandeira de Portugal
Fundação Nacional

Noite

Da noite o véo se corre
e o astro bom se apaga;
faz-se luz fatua, a vaga,
phantasma negro, a torre.


...........................................


Que alvorecer tão ledo
para tão curto dia!
enlevos de poesia,
porque fugis tão cedo?


Scismo, blasphemo, exoro,
e a sina sempre escura!
Se é nuvem, como dura!
Se luz... que meteóro!


Deixar caír o açoite;
deixar cortar a face.
O triste quando nasce
busque a sua mãe — a noite.


A noite, sim, responde
ao timido vagido;
a noite é irmã do olvido,
a noite é boa — esconde!


A luz espanta o pobre;
o dia inflamma a chaga;
a noite vem, e apaga;
palpa a nudez, e cobre.


É só, ama a orfandade;
é pobre, ama a pobreza;
é muda co'a tristeza,
e chora co'a saudade.


Bem hajas, pois, ó noite;
carpido hei já de sobra;
vá, boa mãe, desdobra
o manto em que me acoite.



Thomaz Ribeiro

Lembrete atempado

Fleming Rose, o editor de Cultura do jornal dinamarquês «Jyllands-Posten» responsável pela «encomenda» dos 12 «cartoons» sobre Maomé - os outros três, que, esses sim, rebentaram com os fusíveis islâmicos, ninguém sabe de onde vieram -, e que já antes disse que nunca publicaria uma caricatura ofensiva de Ariel Sharon, lembrou em entrevista à «Newsweek», que na Dinamarca «há leis contra o racismo». Pois...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Nacionalidade em saldo

Aproximem-se, aproximem-se, senhoras e senhores vindos das sete partidas do mundo, e aproveitem o grande saldo da nacionalidade portuguesa! Com a nova Lei da Nacionalidade aprovada, bastar-lhes-à viver mais de três anos em união de facto com um português ou uma portuguesa, para adquirir a respectiva nacionalidade, nem precisam de se casar nem nada! É aproveitar! É arranjar já um namorado ou uma namorada cá da terrinha e aguentar três aninhos, custa quase nada e dá muitas vantagens! A nacionalidade portuguesa está em saldo, aproximem-se, venham, acorram de toda a parte! Sejam portugueses, rapidamente e sem problemas! Esqueçam o «direito de sangue», risquem o «direito de solo»: agora vale o «direito de cama»! É aproveitar, é a grande pechincha de ser português!

Diz a sabedoria

Livros e amigos — muitos ou poucos, mas bons.

Diz o povo

Estar calado e dar mostras de saber, qual mudo avisado, só pode ser um livro.

Diz o livro ao leitor

Se me interrogares, nada do que sei te ocultarei. Possas tu compreender.

Diz a tradição

Arte de imprimir, arte negra. Não só pela cor da tinta, mas pelo mistério.

Arrivismo

Para os videirinhos da praça literária, ser amigo de grandes escritores é acreditar que o talento se transmite por contágio.

Egocentrismo

Certos autores não consentem que a sua obra seja mais apreciada do que eles próprios.

Liberalismo e Tradicionalismo

O liberal dos quatro costados - e tradicionalista de outros tantos - do Jantar das Quartas, encontra-se em retiro a produzir um texto que propõe a síntese entre Liberalismo e Tradicionalismo. Já ninguém consegue dormir à espera do resultado.

Logo há Jantar!

Columbano Bordalo Pinheiro
O Grupo do Leão, 1885
Óleo sobre Tela, 200 x 380 cm

Delito de opinião

Sir Iqbal Sacraine, secretário-geral do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha, disse num programa de debate da BBC que considera a homossexualidade «não aceitável» e que as relações íntimas entre pessoas do mesmo sexo «minam os alicerces da sociedade». Por ter proferido estas afirmações, Sir Iqbal Sacraine está a ser investigado pela polícia por - e usando a expressão inglesa -, «hate crime of homophobia», e já tem à perna as organizações de homossexuais britânicas mais militantes, que exigem que ele se «retrate». Homofobia? Eu só vejo é uma onda cada vez maior e mais totalitária de heterofobia.

Faltam 10 dias

A Sociedade Histórica da Independência de Portugal organiza, no próximo dia 18 de Fevereiro (Sábado), pelas 18 horas, uma Sessão de Homenagem a Rodrigo Emílio, no Salão Nobre do Palácio da Independência.
Esta iniciativa contará com a já habitual presença de José Campos e Sousa e com as comunicações de Francisco Ferro, José Carlos Craveiro Lopes, Luís António Serra, Vasco Barata e Bruno Oliveira Santos.
Quem pretender ficar para o jantar (nesse dia o Jantar das Quartas janta lá), deve contactar o mestre de cerimónias (ahnonas@mail.telepac.pt).

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Opa (2)

Não tenho a menor simpatia pela PT, empresa chupista e arrogante, sem consideração pelo consumidor, toda ela falinhas mansas e publicidades sorridentes. Mas temo que o engenheiro queira morder mais do que consegue mastigar.

Opa

Sempre que ouvirem um empresário português dizer «interesse nacional», tenham em mente que a maior parte das vezes, o que ele quer dizer é «conta bancária».

Ou há liberdade...

Um jornal iraniano vai promover um concurso de «cartoons» sobre aquele delicadíssimo tema que começa por «H». Vamos, de certeza, vê-los todos rapidamente reproduzidos no «Jyllands-Posten», no «Le Monde», no «El Periodico», no «Die Welt», no «Expresso», etc. Em nome da liberdade de expressão.

Cultura erudita

A não perder: as profundas «Notas Sobre o "Voyelles" de Rimbaud», por Bruno Oliveira Santos, na sua Nova Frente.

Pausa cultural

A não perder:

Cinema - «O Leopardo», de Luchino Visconti, em reposição em cópia restaurada e integral. O melhor filme conservador já feito por um comunista que também era aristocrata.

Livro - «Fotografias de Lisboa», de Alberto Pimentel, em reedição baratinha. Um dos mais divertidos livros sobre Lisboa escritos por um natural do Porto.

CD -«Christmas Songs», de Diana Krall. Um dos raros discos de jazz de Natal que se pode ouvir o ano todo.

DVD - «A Sombra do Samurai» e «A Espada do Samurai», de Yoji Yamada. Dois dos melhores filmes de sempre sobre o crepúsculo da idade da espada e da honra no Japão.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Assassinado a 6 de Fevereiro

Para recordar ou conhecer Robert Brasillach, é só visitar esta Santa Casa e embarcar numa viagem em quatro etapas.

Consultor para assuntos da mouraria e da judiaria

Dom Afonso Henriques

Oportunidade única (última chamada)

Entre marido e mulher não se mete a colher; mas, entre meios-irmãos desavindos é dar-lhes com o pincel.

Oportunidade única

Os dinamarqueses fazem caricaturas contra os maometanos, os muçulmanos contra-atacam com "cartoons" sobre os judeus; e, o nosso VL não aparece para molhar a sopa?

domingo, fevereiro 05, 2006

Bruxas

Fleming Rose, editor de Cultura do diário dinamarquês «Jyllands-Posten» e responsável pela encomenda dos famosos 12 «cartoons» de Maomé, disse, em declarações ao «International Herald Tribune», que nunca publicaria um desenho do primeiro-ministro israelita Ariel Sharon a estrangular um bebé palestiniano, uma vez que isso seria considerado «racista». Mais tarde, Rose afirmou ao semanário «American Free Press» que tinha sido «citado erradamente» por aquele jornal. «Que las hay, las hay...»

Tragédias marítimas

O naufrágio do navio egípcio «Al-Salam 98» fez aparecer na imprensa listas das maiores tragédias marítimas da história. Todas elas omitem aquele que foi o maior desastre de sempre do género: o afundamento do paquete alemão «Wilhelm Gustloff» pelo submarino soviético S-13, no dia 30 de Janeiro de 1945, no Mar Báltico. Saído do porto de Gotenhafen (hoje Gdynia, na Polónia), o «Wilhelm Gustloff» transportava mais de 6 mil refugiados alemães da Prússia, na sua esmagadora maioria, mulheres, crianças e idosos, que fugiam ao avanço do Exército Vermelho, e cerca de 1200 soldados feridos (outros números referem quase 9 mil refugiados e menos militares feridos). Terão morrido nas águas geladas do Báltico 5.348 pessoas. A justificação dada mais habitualmente para a omissão do «Wilhelm Gustloff» das listas das maiores tragédias da história da navegação, é a do navio ter sido afundado por um «acto de guerra». Mas o «Wilhelm Gustloff» era um paquete de recreio cheio de civis e soldados feridos, não estava equipado com armamento e não representava a menor ameaça militar. Por outro lado, muitas das listas que o omitem, referem o inglês «Lusitânia» (1198 mortos) torpedeado por um submarino alemão em 1915, durante a I Guerra Mundial - um barco de passageiros que, no entanto, também transportava material de guerra. Hoje, os destroços do «Wilhelm Gustloff» são um memorial de guerra, anonimamente referido nos mapas marítimos polacos como «Obstáculo nº73».

A Europa de joelhos perante o Islão

Da boca de uma jovem especialista em Relações Internacionais:
«— Não podemos ofender os muçulmanos "moderados", senão os "fundamentalistas" vingam-se e com razão.»

Romano Mussolini

Talvez por nunca se ter metido em política como o pai, Benito, e como a filha, Alessandra, Romano Mussolini morreu em Roma, na semana passada, com 79 anos, sem que muita gente tenha dado por isso ou feito grande alarido. Era pianista de jazz de muito renome, tendo tocado com Duke Ellington, Chet Baker, Ella Fitzgerald ou Dizzie Gillespie, e também pintor elogiado, e foi casado com Maria Scicolone, irmã de Sofia Loren. Em 2004, escreveu um pequeno livro de memórias, «O Duce, Meu Pai», editado em Portugal pela Ulisseia.

Por detrás da cortina

A quem é que convém, no meio do clima incendiário criado pelo caso dos «cartoons» de Maomé, que certas «leis da rolha» existentes em alguns países «democráticos e liberais» do Ocidente, como é o caso da censória Lei Fabius-Gayssot em França, saiam reforçadas de toda esta situação? Quem será que está a puxar alguns (se não todos) os cordelinhos, por detrás de toda esta história? A cada dia que passa e a cada notícia que ouço, cada vez estou mais desconfiado que está alguém muito poderoso por detrás da cortina a atirar achas para a fogueira e a esfregar as mãos de satisfação. E não usa turbante, não lê o Corão, nem reza virado para Meca.

sábado, fevereiro 04, 2006

— Onde é que estão os gajos que queimaram a bandeira?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Medo ou incompetência?

Até ao momento em que estou a escrever, e ao contrário do que sucedeu em muitos jornais estrangeiros, não vi reproduzidos em nenhum jornal português, de «referência» ou não, os 12 «cartoons» sobre Maomé que puseram os islâmicos em alvoroço. Será que os senhores directores andam com medinho, ou pensam que as pessoas não têm curiosidade em ver os desenhos em questão? E nunca pensaram que publicá-los seria a melhor maneira de afirmar a liberdade de expressão, contra a censura, a tacanhez e o fanatismo? Por essas e por outras, é que a nossa imprensa tem cada vez menos interesse, credibilidade e vendas, e os leitores que importam fogem para a Internet e para os blogues - e em vários deles os «cartoons» já estão publicados para toda a gente os ver.

Anti-vírus mental

Com o riso mata-se e com o desprezo enterra-se.

De partida

Foi deportado para o Mali um dos «jovens» presos nas sequências dos motins incendiários de Paris. O governo francês diz que há mais seis prontos para embarcar nas mesmas condições. Tendo em conta que na altura, em França, foram presas mais de três mil pessoas, é caso para dizer que sabe a pouco.

De Deus, Pátria e Rei — Sempre!

«O Integralismo Lusitano (I. L.) é o sistema de princípios filosófico-políticos que se destinam a restaurar a Nação Portuguesa pela autoridade do Rei e pela intervenção nos orgãos do Estado dos legítimos representantes dos Municípios, das Províncias, e das Corporações da Inteligência e do Trabalho.
Em nome do interesse nacional, proclama a legitimidade histórica das instituições monárquicas, e Rei legítimo o Príncipe que dignamente as servir; defende, contra as ficções liberalistas, a monarquia orgânica, anti-parlamentar, e descentralizada, reivindincando assim o carácter histórico e científico da verdadeira Monarquia.
O I. L., como expressão perfeita das aspirações nacionais, é nacionalista por princípio, sindicalista (corporativista) por meio, monárquico por conclusão.»
In "Integralismo Lusitano — Instruções de Organização — Aprovadas pela Junta Central", Lisboa, 1921.

Da liberdade, igualdade e fraternidade

Não são as ideias revolucionárias de 1789 que deram à França do século passado a sua relativa grandeza; essa grandeza, tal qual era, resultou da libertação de forças forçadas a serem construtivas pelo espectáculo de destruição que a revolução lhes deu.
Fernando Pessoa

Secretas descobertas

É um fartote, esta república dos sacanas.

Sou espião (2)

A «Visão» diz que o governo tem uma «secreta» em segredo. O governo diz que a «Visão» mente. Mas não é o papel do governo dizer que a «secreta» em segredo que na realidade tem, não existe?

Sou espião

Nunca vi serviços secretos tão discutidos na praça pública.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

De Meca ao Meco

O país em peso aguarda com grande ansiedade um 'cartoon' de Maomé pela pena certeira do nosso VL. Ele que se inspire, que beba a água sagrada do poço de Zamzam. E que traga o profeta até nós — a traço rombudo, ou em carne e osso. Com jeitinho, ainda vai Maomé responder ao inquérito das cinco manias. Taras nunca lhe faltaram (e bem haja ele!) Tinha por hábito passar as noites nas cavernas de Meca, praticando o jejum e a meditação. E conciliava a penosa prática com a mania de coleccionar mulheres, mais concubinas. Isto deixa um homem de rastos — o que decerto explica a postura de oração, de joelhos, na direcção da Kaaba.
Não tendo à mão a cidade de Meca, a Praia do Meco serve lindamente para o efeito. Todos virados para o Meco, de cu para o ar, em hégira de veraneio. Mil e uma ideias borbulham certamente no cérebro imaginativo do nosso VL. Força, Vítor! Alá é grande, mas tu és maior.

Pergunta/resposta

Pergunta o Eurico no post anterior:
- Onde está o Islão «tolerante» e «moderado» quando precisamos dele?

Resposta:
- Está na cabeça dos intelectuais ocidentais utópicos que o inventaram e que agora não sabem como lidar com a vitória democrática do fundamentalismo, depois dos milhões de euros dados à Palestina como “auxílio ao desenvolvimento”.

Pelas barbas do profeta

A controvérsia da publicação dos 12 «cartoons» de Maomé nos jornais europeus já causou, até agora, a queima de bandeiras da Dinamarca e o boicote a produtos dinamarqueses nos países árabes, a invasão dos escritórios da União Europeia em Gaza, o despedimento de um editor do «France-Soir» em França, insultos ao editor do «Spectator» em Inglaterra e uma ameaça de bomba no jornal de Copenhaga que deu à estampa os desenhos pela primeira vez. Onde está o Islão «tolerante» e «moderado» quando precisamos dele?

Cinco manias muito minhas

Apanhado entre dois fogos, por obra e graça destes dois senhores, cá venho eu, acorrentado, responder a um interrogatório pidesco:

1. Ser pontual.
2. Acreditar em Causas vencidas.
3. Passar em revista os meus livros, antes de dormir e ao acordar.
4. Gostar de estar à mesa horas a fio.
5. Ser cortês com toda a gente, mesmo com quem não merece.

Passando a batata quente (colheita blogosférica de 2006):

José Alberto Xerez.
Miguel Freitas da Costa.
Victor Abreu.
Nuno Portugal.
Vanguardista.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Uma maneira conservadora de ser liberal

"Desconhecemos por completo que leis regem as sociedades, ignoramos por inteiro o que seja, em sua essência, uma sociedade, porquê e como nasce, segundo que leis se desenvolve, porquê e de que modo se definha e morre. Ninguém ainda sequer definiu satisfatoriamente ‘sociedade’, ‘progresso’ ou ‘civilização’. A humanidade tem-se entretido – desde a formação, na Grécia antiga, do espírito crítico – a idear sistemas políticos e sociais ‘definitivos’ em matéria tão flutuante e incerta como a vida, em assunto ainda tão fora da ciência como a sociedade.
É preciso, contudo, que as sociedades, sejam o que forem, se governem; é forçoso que que haja um Estado de qualquer espécie. E esse Estado é chamado a governar uma coisa que não sabe ao certo o que é, a legislar para uma entidade cuja essência desconhece, a orientar um agrupamento que segue (sem dúvida) uma orientação vital que se ignora, derivada de leis naturais que também se ignoram, e que pode portanto ser bem diferente daquela que o estado pretende imprimir-lhe. Assim o mais honesto e desinteressado dos políticos e dos governantes nunca pode saber com certeza se não está arruinando um país ou uma sociedade com os princípios e leis, que julga sãos, com que se prpõe salvá-la ou conservá-la.
A lei aparentemente mais justa, a lei mais de acordo com os nossos sentimentos de equidade, pode ser contrária a qualquer lei natural, pois pode bem ser que as leis naturais nada tenham com a nossa ‘justiça’ e em nada se ajustem às nossas ideias do que é bom e justo. Por o que conhecemos da operação de algumas dessas leis – por exemplo, a da hereditariedade – a Natureza parece frequentemente timbrar em ser injusta e tirânica. Ora não há certeza que a Natureza seja mais terna para a vida social do que para a vida individual. (...) A essência do que em política se chama ‘conservantismo’ nasce directamente desta nossa ignorância, consiste no receio de infringir leis desconhecidas em matéria onde todas as leis são desconhecidas. É pois evidente que quanto mais o Estado intervém na vida espontânea da sociedade, mais risco há, se não positivamente mais certeza , de a estar prejudicando; mais risco há, se não mais certeza, de estar entrando em conflito com leis naturais, com leis fundamentais da vida que, como ninguém as conhece, ninguém tem a certeza de não estar violando. (...) Os riscos, e pois os prejuízos, da administração de estado estão evidentemente na razão directa da extensão com que essa administração intervém na vida social espontânea."
Fernando Pessoa, Régie, monopólio, liberdade, "Revista de Comércio e Contabilidade", nº2 – 1926)

Ainda o casamento lésbico

Porque é que estas lésbicas que se querem casar não se parecem mais com a Catherine Deneuve e a Susan Sarandon em «Fome de Viver», de Tony Scott? Casamento lésbico, só com superior qualidade cinematográfica!

Foi às cinco da tarde

No Terreiro do Paço, a 1 de Fevereiro de 1908,
assassinaram
S. M. Fidelíssima El-Rei Dom Carlos I
e o Príncipe Real Dom Luís Filipe

Introdução à Política

A minha primeira Manifestação.

Frase assassina

«Por menos do que fez o Senhor Dom Carlos, rolou no cadafalso a cabeça de Luís XVI».
Afonso Costa (Câmara Baixa, 22 de Novembro de 1906)

E para o século XXI não vai nada?...

Nacionalismo.

Direitas datadas

Ainda está a dar a direita do século XX.
Também existe por aí muita direita tipo século XIX.
A direita à moda do século XVIII é o que mais há.

Que é como quem diz: assim, sim!